26 de março de 2012

Vídeo: Eastwood In Action

EASTWOOD IN ACTION

Direção: Elliot Geisinger e Ronald Saland

Roteiro: Jay Anson

Fotografia: Marcel Broekman

Edição: Hortense Beveridge

Documentário em curta-metragem que acompanha o sempre versátil trabalho do astro durão Clint Eastwood por trás das câmeras de seu filme Josey Wales – O Fora da Lei (The Outlaw Josey Wales, 1974).

24 de março de 2012

Crítica de HQ: Rio

RIO – O FILHO DO PISTOLEIRO

Criado por: Doug Wildey

Sinopse: “O misterioso ex-pistoleiro conhecido como Rio está de volta. Perdoado pelo Presidente dos Estados Unidos, ele age como uma espécie de agente do governo e torna-se o xerife de Limestone City, uma cidadezinha aparentemente pacata que guarda o segredo de um dos mais temidos foras-da-lei: Jesse James!”.

Narrativas que agregam a seu roteiro personagens da vida real já eram deveras normais em muitas outras áreas do entretenimento, porém, ao utilizar-se de tais criaturas humanas (e verdadeiros mitos!) para modificar a realidade que ficou marcada para a história, os autores responsáveis acabam por abastecer de curiosidade os interessados por uma arte mais “biográfica”.

Como aconteceu no recente faroeste de Blackthorn (Mateo Gil, 2011) ao dar um novo sentido para a história da mais famosa dupla de foragidos norte-americanos, ou então na ótima produção hollywoodiana de O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (Andrew Dominic, 2007), os fatos já estavam lá, só precisaram ser remodelados pelas mãos de certo alguém – no caso, um roteirista! Na história-em-quadrinho que leva o nome do personagem principal, Rio, tal responsabilidade cabe à mente de seu próprio criador, o imortal Doug Wildey (The Outlaw Kid, Jonny Quest, Gunsmoke...).

“Anda logo, Riley!”, exclama Al Tanner, apressando seu comparsa a matar o filho de Jesse James – ainda conhecido como Tom Howard. Parte da cena presta recordações a Era uma vez no Oeste.

As paisagens de Rio são delineadas de forma bastante vasta e abrangente, as quais sempre receiam em esconder determinados elementos por trás de todo seu encantamento. Tal construção ganha um selo mais valioso ao decorrer dos acontecimentos, redefinindo o cenário do velho-oeste com maestria – não só ao expor interiores muito bem detalhados, mas também exteriores mais fiéis ainda à realidade da época em que se passa a história.

Além dos cenários, também se percebem atividades e situações equivalentes à maneira de vida das pessoas, fazendo com que suas ações se reflitam nas próprias personalidades, como os sujeitos das cidades que não passam de meros cidadãos, os peregrinos de pulso firme, os facínoras de sangue-frio, os mendigos e bêbados com o dom de traição, ou então aquele tipo que pouco se conhece o passado.

Através de um guião escrito de maneira praticamente perfeita por Wildey, toda a trama têm pelo meio de seus córregos as mais variadas pitadas de aventuras perplexas, baseando-se em reviravoltas capazes de deixar os leitores pensativos por um período de tempo indeterminado.

“A princípio eles me pediram para fazer uma história original de Jonny Quest, pois pretendiam lançar a primeira edição em formato “Comics”. Então, eu lhes disse que tinha pronta uma edição de HQ de western, chamada Rio. Expliquei que eu gostaria de transformar aquele trabalho em Graphic Novel. Eles toparam! O pessoal da Eclipse foi bacana. Tempo depois, a editora Cômico decidiu reeditar o trabalho que a Eclipse havia lançado há um tempo atrás.” – Wildey sobre a criação de Rio. (Trecho extraído do site Meu Herói)

NOTA:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

12 de março de 2012

Pôster: A Um Passo da Morte

INDIAN FIGHTER

Direção: André De Toth

Roteiro: Frank Davis e Ben Hecht

Produção: William Schorr

Ano: 1955

Elenco: Kirk Douglas, Elsa Martinelli, Walter Matthau...

Duração: 88 minutos

Falta de visão em um olho não é problema para De Toth. Aliás, ele consegue enxergar muito mais além que muitos outros cineastas!

Confira mais sobre este ótimo faroeste com o sempre soberbo ator Kirk Douglas; a crítica é de Bruno Barrenha.

10 de março de 2012

Crítica: A Um Passo da Morte

INDIAN FIGHTER

(A UM PASSO DA MORTE)

Direção: André De Toth

Roteiro: Frank Davis e Ben Hecht

Produção: William Schorr

Ano: 1955

Elenco: Kirk Douglas, Elsa Martinelli, Walter Matthau...

Duração: 88 minutos

Falta de visão em um olho não é problema para De Toth. Aliás, ele consegue enxergar muito mais além que muitos outros cineastas!

Análise: Uma das circunstâncias mais irônicas (e icônicas!) já observadas no interior do universo cinematográfico vai direto para a conta do cineasta húngaro André De Toth, o qual adquiriu maior notoriedade pelo eminente fato de ter realizado o primeiro e mais bem sucedido filme em 3D e a cores da história de um grande estúdio norte-americano (no caso, a Warner Bros.): The House of Wax, com a participação do astro do terror Vincent Prince, no ano de 1953. Até o que foi contado, não há nada de tão esquisito, porém vale acrescentar que, muito acima de tal façanha, o diretor perdeu a visão de seu olho esquerdo ainda quando jovem, impossibilitando-o de enxergar em três dimensões e, consequentemente, não tendo recebido os efeitos de sua própria fita.

Porém, transcorridos dois anos da realização deste marco na história da sétima-arte, o “cineasta caolho” (e também um dos mais célebres de seu país) partia então para a realização do faroeste Indian Fighter, intitulado no Brasil como A um Passo da Morte, e que conta com a presença do sempre expressivo Kirk Douglas no papel principal. Certamente, não tinha como dar errado!

Sem quaisquer tipos de delongas, Indian Fighter já se introduz a todo vapor depois de passados os peculiares créditos – revestidos pela melodia que exala uma sensação de quietação, pela visão das árvores que se agitam e do rio por onde correm águas límpidas, pelo céu impoluto e desanuviado. Tudo mostrado através de um mesmo plano, o qual mais tarde nos revelaria – em um movimento de câmera – a presença da protagonista Onahti (Elsa Martinelli) à beira do dito riacho, preparando-se para um banho. Enquanto faz sua ação, outro personagem dá as caras: é o valente e galanteador Johnny Hawks (Kirk Douglas), cavalgando em direção à tribo de seu amigo indígena Nuvem Vermelha (Eduard Franz). Somente mediante este trecho é possível perceber como se dá excitante o início do filme.

“Me devolverá os búfalos que a sua gente matou? Limpará os ribeirões que os seus sujaram procurando o ferro amarelo? Devolverá a beleza da terra? Já tenho a única riqueza que quero... A que vê em nós!”

Como de praxe entre os mais clássicos westerns norte-americanos, o principal “ponto de atrito” na história de Indian Fighter será o conflito entre os homens brancos e os peles vermelhas, tendo como o centro das atenções o apaziguador da situação, Johnny Hawks. A citação narrada acima – pelo chefe Nuvem Vermelha quando este conversava com Hawks – não só é um exemplo de como o filme irá tratar este sensível assunto com destreza, mas também um modo de colocar o ponto de vista indígena sobre tal complicação que assolou os Estados Unidos.

Contudo, o motivo por levar ambos os grupos ao atrito não são apenas questões históricas, mas sim o desejo pela posse do ouro – que é de total domínio indígena no filme. Entre questões de trocas, trapaças e traições se constituirá um complexo passatempo de “gato e rato”, sendo que nenhuma das duas partes (nem homens, nem índios) têm os mesmos objetivos que a outra.

- Quantos índios matou?

- O suficiente para me manter vivo.

E, adicionando frases de efeito como esta é que o roteiro vai ganhando forma e compondo a estrutura narrativa de Indian Fighter; o trabalho de escrita da dupla Davis-Hecht é ainda fundamentado na história do autor Robert L. Richards, como era bastante comum no antigo gênero do velho-oeste. Hoje em dia ainda se sustentam algumas pouquíssimas obras adaptadas às telonas, como por exemplo, o último trabalho dos irmãos Coen: Bravura Indômita (True Grit, 2010).

Franz Waxman assina responsavelmente a composição da trilha sonora, baseando suas canções em relação com a situação vivida nas telas: os romances são retratados a partir de canções melódicas e profundas, as aventuras se tornam intensas devido à veemência das batidas musicais, as tensões agregam ruídos naturais e instrumentais, etc.

Já a direção de fotografia, por Wilfred M. Cline, aposta em planos mais abertos e gerais, para tentar criar uma sensação de liberdade e também impor completamente o cenário na mente dos espectadores. As paisagens montanhosas e arborizadas peculiares de determinadas regiões estadunidenses ainda acrescentam o clima mais calmo, sem as nuvens poeirentas e vermelhas – características do Monument Valley.

A listagem de atores, distribuída desigualmente entre o onipresente Kirk Douglas e artistas de baixa qualidade e reconhecimento, acaba por se render ao brilhantismo e habilidade do personagem principal. Com exceção de Lon Chaney, Elisha Cook e mais alguns poucos atores, o resto do elenco não seria capaz de salvar o filme.

Normalmente, os minutos iniciais de uma fita são calmos, com uma apresentação de atores mais cautelosa e uma publicação da história sendo mais meticulosa e reflexiva ao decorrer do tempo. Porém, partindo do princípio em que tal projeto se trata de apenas mais um dos filmes B de André De Toth, o quebra-cabeça imposto pelos roteiristas Frank Davis e Ben Hecht precisa ser construído da forma mais apressada possível, desenvolvendo a história e seus derivados sem enrolação nem tempo para delírios. O resultado, portanto, só pode ser a curta duração para um longa-metragem (1 hora e 25 minutos) em conjunto com a diversidade para um jeito diferente de se fazer cinema.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

9 de março de 2012

Pôster: Garringo

DEAD ARE COUNTLESS

Direção: Rafael Romero Marchent

Roteiro: Joaquín Romero Marchent e Giovanni Scolaro

Produção: Berto Solino

Ano: 1969

Elenco: Anthony Steffen, Peter Lee Lawrence, Solvi Stubing...

Duração: 84 minutos

Apesar de se encher com falhas de sincronização, são aproveitados os recursos de produção para que se possa realizar uma interessante história.

Para ler a crítica completa sobre o filme, escrita pelo comentarista Thierry Vasques, basta clicar aqui.

7 de março de 2012

Crítica: Garringo

DEAD ARE COUNTLESS

(GARRINGO)

Direção: Rafael Romero Marchent

Roteiro: Joaquín Romero Marchent e Giovanni Scolaro

Produção: Berto Solino

Ano: 1969

Elenco: Anthony Steffen, Peter Lee Lawrence, Solvi Stubing...

Duração: 84 minutos

Apesar de se encher com falhas de sincronização, são aproveitados os recursos de produção para que se possa realizar uma interessante história.

Crítica: Garringo é um euro-western do ano de 1969, dirigido pelo espanhol Rafael Romero Marchent – famoso na Europa justamente por conta de suas produções para filmes do gênero, ao lado do irmão mais velho Joaquín Romero Marchent. Apesar de esta fita estrelada pelo astro ítalo-brasileiro Anthony Steffen contar com pouquíssimos recursos e muitos erros de tempo na edição, ela se compensa a partir de uma história um tanto quanto diferente e também nas boas atuações do elenco.

Iniciando através de um flashback do menino com nome Johnny (Peter Lee Lawrence) em cena, percebemos sua fuga de casa após seu pai – um antigo tenente – ser alvejado por um oficial do exército, o qual alegava que ele o havia traído. Johnny, então, é encontrado e adotado por Klaus (José Bodalo).

Desde criança, já demonstrando seu apreço por armas, adquire o desejo de aprender atirar e, portanto, Klaus cede aos vários pedidos do garoto, ensinando-o a usar um revolver. De volta para o presente, vemos Johnny adulto assassinando todo e qualquer soldado de farda azul, sem dar a mínima chance de defesa e, ainda por cima, avisando o exército pelas atrocidades cometidas por ele assinando o próprio nome.

Consequentemente, querendo vê-lo morto, o exército liberta o Tenente Garringo (Anthony Steffen) da cadeia, sendo que ele era visto pelo Coronel como “o único homem que pode capturar Johnny”. A jornada para a prisão do assassino é longa, sendo que este ainda volta para casa com o objetivo de rever o pai adotivo e também Julie (Solvi Stubing) – filha de Klaus que cresceu ao lado de Johnny.

Fugindo de alguns clichês comuns do western, o filme consegue dar algumas enganadas no espectador, primeiramente ao mostrar o flashback de Johnny e logo após mostrá-lo como um adulto matando vários soldados, fazendo com que se crie uma ilusão nos espectadores de que ele é o protagonista (algo que é rapidamente descartado com a apresentação de Garringo). Outro clichê quebrado é a inexistência de enfrentamento entre o “bem e o mal”, criando um duelo mais psicológico na mente de quem assiste.

Dentro do elenco composto por um dos ícones do western spaghetti, Anthony Steffen, a atuação da dupla principal se mantém em um patamar considerável; a mágica atuação do austríaco Peter Lawrence é marcada por este deixar de lado a cara de bonzinho e aderir a uma figura de extrema maldade. A direção, junto com a edição, é falha, tendo inúmeros erros de tempo – sobretudo nas cenas de ação. Outra técnica utilizada por Rafael Romero Marchent é que ele faz um jogo de imagens para não mostrar tanta violência, como acontecia de maneira exagerada nos faroestes norte-americanos devido à lei que rondava as bandas do cinema hollywoodiano na época.

Por último, Garringo ainda possui uma bela trilha sonora composta por Marcello Giombini e uma ótima exploração de paisagens, a qual fica nas mãos do diretor de fotografia, Bruno Bolognesi. Quanto à utilização dos flashbacks em seu começo, apesar de parecer comum hoje em dia, a técnica é explorada a partir de uma textura estranha nas laterais da imagem, sendo que elas ficam borradas para mostrar que são lembranças.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.