18 de dezembro de 2010

Quando Explode a Vingança

Quando explode a vingança

(A Fistful of Dynamite/Duck, you sucker)

Direção: Sergio Leone

Roteiro: Luciano Vincenzoni, Sergio Leone e Sergio Donati

Produção: Fulvio Morsella, Ugo Tucci e Claudio Mancini

Ano: 1971

Elenco: James Coburn, Rod Steiger, Romolo Valli...

Duração: 157 minutos

Apesar de ser um dos mais desconhecidos trabalhos de Sergio Leone, foi um dos melhores, onde prevaleceram as grandes explosões muito bem realizadas e o nível de humor.

Análise: O filme foi um dos mais desconhecidos trabalhos de Sergio Leone no mundo cinematográfico e então um dos que mais pode ter atrapalhado a vida do diretor. Na película, ele acrescentou um tema político com a frase inicial, além de também adicionar uma crítica em relação às diferenças entre as classes sociais e também um pouco de humor. O resultado foi uma má recepção dos críticos e do público, o que o afastou das telas por alguns anos. Além de Leone, outros diretores foram cotados para dirigir a película, como Sam Peckinpah, o qual já vinha tendo experiências ótimas com os westerns e Peter Bogdanovich, vivendo grande fase em sua carreira.

Também é possível detectar alguns erros ao decorrer do filme: a utilização da metralhadora alemã MG-42, a qual só foi introduzida durante a 2ª Guerra Mundial, uma pistola Browning HP lançada em 1935 e a moto utilizada por Coburn que é de 1928.

Em “Quando Explode a Vingança”, viajamos para uma época em que a era dos cowboys e forasteiros já estava no fim: a grande Revolução Mexicana. É neste contexto que aparecem os protagonistas. O primeiro é o mexicano maltrapilho Juan Miranda (Rod Steiger) e sua gangue revolucionária, contando com basicamente sua família. Depois disso, aparece o irlandês especialista em bombas John Mallory (James Coburn), e é a partir de sua especialidade que aparecem as melhores cenas do filme: explosões incríveis, capazes de tirar o fôlego de qualquer um. Após ele se encontrar com Juan Miranda e sua gangue, ele mostra o arsenal de bombas e também suas maiores habilidades. Os mexicanos ficam boquiabertos. E é então que Sergio Leone se influencia em sua primeira obra-prima: Três Homens em Conflito. Os dois personagens entram em uma espécie de jogo. As trapaças vão aparecendo a todo o momento, para ambos os lados. Até que os dois resolvem se juntar e se tornam grandes amigos. Porém, cada um deles tinha um objetivo diferente: enquanto o mexicano Juan Miranda desejava roubar o banco da moderna cidade de Mesa Verde, John Mallory queria vencer a Revolução que não venceu em seu país. O mais engraçado é que, Juan Miranda acaba se tornando o grande herói da Revolução após libertar 150 prisioneiros que estavam trancados no banco e Juan apenas queria encontrar o cofre.

Um detalhe que pode ser percebido ao decorrer do filme é a semelhança entre o personagem mexicano Juan Miranda com Tuco (Eli Wallach, no filme Três Homens em Conflito). Em “Quando Explode a vingança”, Rod Steiger representa um mexicano revolucionário esfarrapado e com um bom nível de humor, além de ser um pregador de peças, características semelhantes à de Eli Wallach na primeira grande obra de Sergio Leone. Graças ao brilhante papel que desempenharam em ambos os filmes, os dois ganharam fama pelo mundo.

Em relação à trilha sonora, Ennio Morricone utilizou algo diferente, parecendo mais como um álbum de música clássica, mais lírico e mais dramático, especialmente quando as imagens de Sergio Leone levam ao passado de John Mallory na Irlanda, onde foi responsável por iniciar uma revolução. Em outras cenas, aparece com sua mulher e um amigo. Neste momento a fotografia também prevalece, sendo Giuseppe Ruzzolini o responsável por isso. As cenas correndo em câmera lenta, com uma forte iluminação.

Em minha opinião, o filme é um dos melhores de Sergio Leone, apesar de ser desconhecido. As diversas explosões ocorrentes durante a película são fantásticas. O humor é colocado de forma muito inteligente na película e merece ser destacado. Como sempre, o diretor utiliza os seus principais planos, caracterizados pelos closes nos rostos. As atuações dos atores também merecem destaque, não só por parte de Rod Steiger, mas também por James Coburn, um tanto quanto acostumado atuar em faroestes.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 10.

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

Um comentário:

  1. Mais um marco para a coleção de obras-primas de Leone.

    O filme foi subestimado, sabemos disso, mas apreciamos a qualidade da fita e isso é o que importa! O que é a trilha de Morricone? Meu Deus!

    Abs.
    http://cinemarodrigo.blogspot.com/

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