11 de junho de 2011

Crítica: Johnny Guitar

JOHNNY GUITAR

Direção: Nicholas Ray

Roteiro: Philip Yordan

Produção: Herbert J. Yates

Ano: 1954

Elenco: Joan Crawford, Sterling Hayden, Mercedes McCambridge...

Duração: 110 minutos

Nada de Clint Eastwood nem John Wayne: agora quem dá conta do recado é a pistoleira Joan Crawford!

Análise: O machismo sempre foi um dos temas mais abordados no gênero cinematográfico conhecido como western. Quase raramente encontramos um papel feminino como sendo o principal em tais películas. Pois é, eu disse quase! Incrivelmente, em Johnny Guitar a história é contrária e, consequentemente, o filme ganha espaço no mundo da sétima-arte por abrir novas fronteiras ao faroeste e, também, à figura feminina.

Também é possível destacar, além de Johnny Guitar, outra obra-prima do faroeste em que a feminidade pode ser encontrada: no spaghetti de Sergio Leone, Era uma vez no Oeste (1968), onde quem leva o destaque é a belíssima atriz Claudia Cardinale, representando uma figura muito parecida com a de Joan Crawford – a coadjuvante responsável por ajudar e ser ajudada pelo ator principal. Logo, nos resta dizer que Leone pode ter se inspirado em Johnny Guitar para realizar o papel de Cardinale.

Como dito anteriormente, quem toma conta do trabalho é a figura feminina, sendo representada por Vienna (Joan Crawford); ela faz o que normalmente um homem faria em outros filmes do gênero: ser dona de um saloon, utilizar palavras de calão ameaçador, carregar uma arma consigo e muito mais; entretanto, algo que mais marca seu caráter é a paixão. E é tal sentimento que desencadeará novas histórias, criando uma base para o filme em si.

Apesar de ser o faroeste que domina a trama em grande parte, é muito fácil encontrarmos lances de romance e drama, além também de alguns pouquíssimos respingos musicais e cômicos. Então, por portar tais gêneros, o elenco ainda é fortalecido por atuações de peso, principalmente por parte de Joan Crawford: aliás, não foi à toa que a escolheram para o papel principal, já que sua figura e seu jeito de atuar botam medo em qualquer marmanjo, tanto os do filme em si quanto os meros espectadores. Fora isso, a direção segura e carregada de simplicidade por parte de Nicholas Ray foi suficiente para manter a salvo o clima de tensão presente no filme, com ações demoradas a acontecer, oferecendo um prazer maior a quem gosta de diálogos memoráveis e carregados por ironia. Com isso, o roteiro de Philip Yordan se fortalece, porém também apresenta alguns erros fatais. Entretanto, ainda destaca-se a trilha sonora de Victor Young, a qual está presente em todo e qualquer momento, enriquecendo as divergentes cenas de romance, drama, comicidade e ação.

Baseado no livro de mesmo do escritor Roy Chanslor, Johnny Guitar apresenta ares que diretamente nos lembram dos tradicionais westerns norte-americanos (as roupas, a música, as falas, o andamento das cenas e muitos outros detalhes comumente associados ao gênero estadunidense). Fora o faroeste em si, o arsenal de gêneros presentes em seu interior (humor, drama e romance) ajuda-o a manter uma regularidade em cenas, não cansando o espectador em ver apenas um tipo de espetáculo, mas sim uma bela alternância entre tais estilos fílmicos.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário