4 de junho de 2011

Crítica: Os Invencíveis

THE GOOD, THE BAD AND THE WEIRD

(OS INVENCÍVEIS)

Direção: Kim Ji-woon

Roteiro: Kim Ji-woon e Kim Min-suk

Produção: Kim Ji-woon e Choi Jae-won

Ano: 2008

Elenco: Song Kang-ho, Lee Byung-hun, Jung Woo-sung...

Duração: 139 minutos

Depois de Sergio Leone ter praticamente copiado Yojimbo (1960), de Akira Kurosawa, agora é a vez do coreano Kim Ji-woon se inspirar em uma das maiores obras-primas do diretor italiano.

Análise: Aposto que neste momento você está com uma expressão completamente de espanto no rosto. Por incrível que pareça, um western coreano faz referência a um dos maiores filmes que o cinema já assistiu: Três Homens em Conflito (1966), do italiano Sergio Leone. E isto é praticamente um troco para o diretor, já que ele mais do que se inspirou na obra do japonês Akira Kurosawa, Yojimbo (1960). Agora a história é contrária: os coreanos de Os Invencíveis poderão vingar o mestre do cinema oriental.

E além da inspiração em um clássico-épico, a película ainda conta com a tentativa de salvar o gênero bang-bang, buscando resgatar um dos mais tradicionais trios da sétima arte: o bom, o mau e o feio (neste caso, o esquisito). Ah, mas logicamente que de uma maneira própria, aliás, com todos estes nomes coreanos você não esperaria atores justamente como Eastwood, Lee Van Cleef e Eli Wallach, certo?!

O filme se baseia em um período que realmente existiu, porém não exatamente o faroeste: foi na época da invasão japonesa na região desértica da Manchúria (China), por volta dos anos de 1940, ao desenrolar da II Guerra Mundial. A trama gira em torno de três dos mais perigosos foras-da-lei, os quais estão em busca de um tesouro. Entretanto, eles não poderiam chegar ao destino principal sem um auxílio: um mapa, o maior desejo dos pistoleiros antes da riqueza.

A partir de tal história, as homenagens continuam: como já era de se esperar pelo seu título, o filme mais glorificado é Três Homens em Conflito, porém Django (1966) ainda ganha seu pedaço do bolo, com uma pequena cena onde uma metralhadora parecida com a do pistoleiro entra em cena. E nessa onda de homenagens, o filme acaba deixando algumas partes previsíveis, como o enfrentamento entre os três personagens no duelo final; mesmo assim, na fase pós-duelo, muitos se surpreenderão com o resultado.

A direção de Kim Ji-woon é algo meio sem graça e peculiar fora das cenas de ação; contudo, em cenas onde exigem realmente sua participação ele aparece da melhor forma possível, principalmente nas espetaculares cenas de ação, as quais aparecem em grande maioria na película. Isto também deixa o resultado final um tanto quanto abalado, já que a ligação entre diálogos e ação não foi das melhores: há poucos diálogos memoráveis e muitas cenas de ação, o que acaba puxando a obra para um lado mais de ação e aventura, deixando o verdadeiro faroeste de fora. Fora isso, ele ainda utiliza os famosos close-ups de Sergio Leone para aumentar as homenagens.

O que mais chama a atenção são as atuações dos coreanos, com destaque para o Esquisito (Song Kang-ho): ele “substitui” o Feio da película de Leone, o qual também é o principal entre os papéis. Já o roteiro não passa de regular, pois apresenta alguns erros grotescos, como a criação de personagens desnecessários. Fora isso, a trilha sonora ainda consegue abastecer as cenas de ação, justamente como deveria ser; mas, ela também falha ao não aparecer no duelo final e, por isso, o diretor não alcança o nível de tensão necessário para este ponto crucial.

Apesar de seus erros comuns, a película ganha destaque no cenário cinematográfico muito devido à qualidade das filmagens das cenas de ação e ainda por suas homenagens ao western spaghetti, mais precisamente ao épico Três Homens em Conflito, de Sergio Leone. A comicidade trazida pelo personagem Esquisito aumenta a classe do filme coreano e ainda serve de exemplo para os novos cinéfilos que não conhecem a ótima qualidade do cinema asiático.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

Um comentário:

  1. excelente analise. eu me diverti em varios momentos principalmente com o personagem do Song Kang-ho que roubava todas as cenas.Concordo que filme é bastante irregular,mas no geral é um bom filme.Uma grande surpresa vinda da corea,adorei.

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