13 de agosto de 2011

Crítica: Red Dead Redemption

RED DEAD REDEMPTION

Distribuidora: Rockstar Games

Diretores: Ted Carson (técnico), Josh Bass (arte) e Daren Bader (arte)

Escritores: Dan Houser, Michael Unsworth e Christian Cantamessa

Ano: 2010

Plataformas: XBOX 360 e PS3

A divina ressurreição de um gigantesco tesouro enterrado nas areias poeirentas do Oeste...

Análise: Reverenciado em muitas outras áreas culturais – nas quais se destacam em maior escala a literatura e o audiovisual –, o período histórico popularmente conhecido como “velho-oeste” durou pouco tempo para fazer tanta história como fez: iniciou-se aproximadamente em meados de 1840, terminando juntamente com a Revolução Mexicana, em 1920. O motivo para o fim deste “espírito totalmente norte-americano” foi justamente que, ao fim da Revolução, iniciou-se o chamado processo de desenvolvimento, onde os desertos poeirentos davam espaço ao asfalto, os cowboys aos homens-de-terno, as armas de seis-tiros às metralhadoras e, sem contar com a ajuda das máquinas no processo de trabalho.

Com toda esta extensão da tecnologia, muito foi aproveitado pelos estúdios de cinema e escritores, realizando obras sobre o estilo de vida naquela época ou então sobre simples histórias, sejam verídicas ou somente contos fantásticos. Mas, apesar de tal sucesso em seu princípio, o gênero hoje em dia já é considerado ultrapassado e até mesmo substituído por outros, como os vampiros um tanto quanto diferentes adorados pelos jovens. Talvez por uma tentativa de ressurreição do velho-oeste, o jogo Red Dead Redemption foi lançado pela grandiosa Rockstar e, sem dúvida alguma, a espera constante por algo inabalável vem recompensada com muitos tiros e sede de vingança na pele do pistoleiro John Marston!

Em Red Dead Redemption, os principais personagens do faroeste norte-americano se encontram em uma aventura ofegante: o principal é o pistoleiro aposentado John Marston que, ao sair da prisão e abandonar seu passado obscuro, será utilizado pela lei para capturar os seus antigos amigos de gangue, agora separados um dos outros, mas nem assim deixando de ser perigosos. O mais interessante é que a trama levará o jogador a diferentes locações, já que cada um dos procurados estará em um lugar diferente: a caçada pelo assassino Bill Williamson se estenderá dos Estados Unidos até o México, onde também será possível encarar o mexicano Javier Escuella. De uma região decadente e mais poeirenta impossível, Marston cavalgará até o norte de sua nação, onde tudo é desenvolvido, asfaltado e até conta com carros; lá também será possível realizar missões com o presidente do BOI (Bureau of Investigation), Edgar Ross. Depois de capturar ou então matar seus dois antigos parceiros, agora apenas restaria o mais cruel: Dutch van der Linde. Sua morte não poderia ser mais trágica e emocionante, já que com ele é como descobrimos o verdadeiro passado de Marston: nascido em 1873, filho de uma mãe prostituta morta no parto e de um pai cego durante uma briga de bar, John foi mandado ao orfanato com apenas oito anos, crescendo e aos 17 conhecendo Abigail, com quem teve o filho nomeado Jack; nesse mesmo período, entra para a gangue de van der Linde, com quem aprende as coisas da vida. Por estar preso durante um determinado período, Marston não recebe mais notícias da família e, inteligentemente, Ross traça um plano para que John cumpra suas missões em troca da localização da esposa e filho.

Já ganhando pela escolha de um mundo aberto, o game ainda possui dois tipos de missões: as que fazem o jogo andar (principais) e as que fazem o jogador ganhar dinheiro e honra (secundárias). Além disso, há os variados tipos de entretenimento dentro do próprio jogo, como a possibilidade de ida ao cinema, de caçar animais e posteriormente vender sua pele, de arriscar em jogos de azar, beber até cair, de comprar armas e suprimentos a seu cavalo, perseguir pistoleiros procurados, ser um procurado ao assaltar bancos e matar pessoas, e muitas outras possibilidades de diversão. Também vale lembrar que tudo isto tem algum tipo de recompensa, seja em dinheiro ou então em fama ou honra.

Com uma jogabilidade de tirar o fôlego, nela é possível destacar o uso da mira Dead Eye (já usada no antecessor Red Dead Revolver ao apresentar lentos movimentos de câmera); ainda assim, é impossível esquecer os cenários semelhantes aos de filmes do gênero, nos fazendo recordar dos mestres Sergio Leone, John Ford e Howard Hawks. Aproveitando esta entrada no assunto de referências e homenagens à época-de-ouro no cinema, ainda está a magnífica trilha sonora de Bill Elm e Woody Jackson, servindo como um ápice do game: assobios, guitarras distorcidas, violinhas, lobos uivando, batidas fortes... Ah, sem contar quando os tiros passam raspando à tela e você se sente verdadeiramente em um universo próprio! Isto só quer dizer uma coisa: tudo se completa na formação de uma obra-prima dentro do universo dos videogames!

Logo nos teasers divulgados antes de seu lançamento, o game até mesmo passou a ser descrito como “uma espécie de GTA situado no interior do velho-oeste”, o que aumentava a expectativa em colocar as mãos em seu controle e se aventurar sem parar nesta aventura deveras infinita e emocionante. Quando finalmente puderam realizar tal façanha, nenhuma ficha de suas apostas foi jogada em vão!

Ao lado de Red Dead Revolver, é responsável por formar a série de jogos apelidada de Red Dead, desenvolvida pela mesma Rockstar. Pela grande repercussão causada por esta obra-prima, foram criadas quatro DLC’s (Downloadable Contents), nas quais se inclui a famosa Undead Nightmare, com a participação especial de zumbis. E, para aumentar ainda mais a divulgação de Red Dead Redemption, o cineasta australiano John Hillcoat (A Estrada, 2009) fez um curta de quase 30 minutos com imagens do jogo responsáveis por criar uma história básica (ver vídeo anterior). Foi simplesmente mais um truque para aumentar a popularidade e a vontade de ter o jogo em mãos!

MINHA NOTA PARA ESTE JOGO:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

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