4 de fevereiro de 2012

Crítica: Réquiem para Matar

REQUIESCANT

(RÉQUIEM PARA MATAR)

Direção: Carlo Lizzani

Roteiro: Lucio Battistrada, Andrew Baxter, Adriano Bolzoni, Armando Crispino, Denis Greene e Edward Williams

Produção: Carlo Lizzani e Ernst R. von Theumer

Ano: 1967

Elenco: Lou Castel, Mark Damon, Barbara Frey...

Duração: 92 minutos

Mais um desconhecido e pobre faroeste responsável por agregar um guião falho e uma edição que não faz jus aos bons momentos.

Análise: Réquiem para Matar é um western produzido por dois importantes países no mapa do gênero: a Itália (berço dos principais faroestes europeus) e a Alemanha (um dos países da Europa que, na época, mais apostaram em filmes de velho-oeste). Apesar de incógnito e feito com poucos recursos, o também inexplorado diretor italiano Carlo Lizzani realiza um admirável trabalho sobre uma razoável história escrita por uma grande equipe de roteiristas – ao total, foram mais de nove nomes que ajudaram no desenvolvimento da história e na grafia do roteiro.

Deixando de lado detalhes como os citados, o filme logo se inicia com um massacre que envolve todos os protagonistas; o tiroteio acontece devido à tentativa dos americanos em ocupar terras e, com isto, enganam os mexicanos fingindo não haver mais guerra por territórios. Os pobres latinos caem em tal papo furado e acabam fuzilados por ordem do comandante sulista George Bellow Ferguson (Mark Damon).

Uma criança é atingida na cabeça e começa a vaguear no meio do nada, até ser encontrado por uma religiosa família, que cuida dele como filho, mesmo sem este saber seu nome; é então que cresce e vira um adulto, o qual desconhece até seu próprio passado e, assim, ele se vê obrigado a entrar em ação quando Princy (Barbara Frey) – a filha de seus pais adotivos – foge com a companhia de teatro. No começo de sua missão ele aprende a manejar uma arma, dando dois tiros certeiros nas costas de um assaltante após o revólver cair acidentalmente em suas mãos. Seu nome, a partir daí, seria Requiescant – palavra originada do latim, que vem da frase requiescant in peace (abreviada para R.I.P) e significa “descanse em paz”.

Mesmo com uma regular direção de Carlo Lizzani, o projeto é afetado diretamente pela edição de Franco Fraticelli, na qual muitas vezes aparecem grosseiros erros de sequência. O filme também nos apresenta cenas um tanto intrigantes, como quando o protagonista religioso mata os seus inimigos e então lê passagens da Bíblia misturadas com algumas palavras em latim.

O roteiro igualmente lida com suas falhas, mas é razoavelmente bem escrito e até aproveita momentos cômicos. Há alguns furos, é claro, como a não explicação sobre a incrível habilidade do personagem com a arma, sendo que na primeira vez que ele pega em uma, já consegue matar um criminoso com dois tiros acidentais.

Por último, temos aqui razoáveis atuações de um elenco em partes desconhecido, com destaque para Lou Castel e com a participação do polêmico cineasta italiano Pier Paolo Pasolini interpretando um padre. Além disto, ele ainda ajudou com o roteiro, mas não foi creditado!

Conclusão: Requiescant é um projeto de baixo orçamento, sem os recursos necessários, um elenco sem tanto conhecimento da mídia e do público e, justamente por isto, acaba arcando com muitas consequências que prejudicam seu resultado final, apesar de também manter os seus bons momentos.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

3 comentários:

  1. A passagem de Lizzani pelo género foi pequena. Ele como muitos outros realizadores da época tiveram de ir trabalhando nos westerns por razões financeiras e não por convicção. Dos dois westerns que realizou este é na minha opinião o mais interessante. O outro, Un fiume di dollari, vale sobretudo pela presença do carismático Henry Silva no papel de antagonista.


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    Pedro Pereira

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  2. A presença de Pasolini neste filme foi apenas para tentar lucrar algum sucesso e dinheiro nas bilheteiras. Além disso, Lizzani e Pasolini eram bons amigos e como sabemos ambos não estavam interessados em fazer westerns.

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  3. Um ótimo filme vale a pena verde novo!

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