Direção: Sergio Leone
Roteiro: Agenore Incrocci, Furio Scarpelli, Luciano Vincenzoni, Sergio Leone
Produção: Alberto Grimaldi
Ano: 1966
Elenco: Clint Eastwood, Eli Wallach, Lee Van Cleef...
Duração: 161 minutos
A maior obra-prima do western spaghetti vem recheada com um sabor de Sergio Leone e um elenco para satisfazer qualquer olhar crítico
Análise: Três Homens em conflito (título no Brasil) é o último filme da tão aclamada “Trilogia dos dólares”. Até ali, o estilo de Leone para dirigir um filme já estava definido: close nos rostos suados e sujos, um bom tempo sem qualquer fala, ótimos enquadramentos em busca do perfeccionismo, humor ácido, momentos que pegam o espectador de surpresa com cortes emocionantes e um ótimo suspense no ar, com as músicas do maestro Ennio Morricone. Tudo que o cinema do “bangue-bangue” merece.
O filme é considerado a obra-prima do faroeste, tanto por causa da direção do italiano Sergio Leone, quanto pelo elenco clássico: Clint Eastwood interpreta o papel de Blondie (Loirinho) e também é apresentado como “O Bom” (que, apesar do nome, não é tão bom assim); Lee Van Cleef é Angel Eyes (Olhos de Anjo) e também “O Mau” (este sim merece o nome que recebeu); e o papel do “Feio” (cujo verdadeiro nome no filme é Tuco Benedicto Pacífico Juan-Maria Ramirez) fica para Eli Wallach, atuando espetacularmente e sendo o principal ator da trama, conseguindo ser engraçado e ao mesmo tempo vingativo, chamando a atenção de todos.
Em sua primeira hora, tudo é mostrado referindo-se com os personagens (suas características principais, seus costumes, etc) e por isso o filme só passa a ter sentido depois. Com uma introdução de quase três minutos, mostra-se o nome de todos os participantes da obra cinematográfica; os dez minutos iniciais do filme não possuem nenhuma fala. O primeiro tiroteio acontece para apresentar Tuco, o Feio, o qual mata dois dos três caçadores-de-recompensa que tentavam pegá-lo. Depois é Angel Eyes, o Mau, mostrando sua crueldade e voracidade, tudo apenas para ver dinheiro na frente. E por último é Blondie, o Bom, salvando Tuco de uma armadilha, porém entregando-o para a justiça e recebendo uma boa grana. Após isso, os dois se juntam para ganhar dinheiro: Tuco era levado por Blondie para ser enforcado, o loirinho recebia a recompensa, e justo na hora do enforcamento, ele salvava Tuco, dividindo o dinheiro com seu parceiro. E é a partir desta união que as trapaças começam: Blondie deixa Tuco no meio do deserto, sem água e muito longe da cidade. O sujeito consegue sobreviver, volta para a cidade e faz o mesmo com Blondie. Daí que eles descobrem Bill Carson, falso nome de Jackson, o qual escondia um tesouro em um cemitério. Enquanto Blondie sabia a campa em que ficava o tesouro, Tuco sabia qual era o cemitério e Angel Eyes apenas queria saber onde Bill Carson se escondia, para saber estas duas pistas já descobertas por Blondie e Tuco. Por conta do tesouro, a rivalidade e as trapaças passam a ser maior do que a falsa amizade que existiam entre eles. Após esta primeira hora de filme interpretada anteriormente, tudo passa a ter sentido, já que a partir dali o filme gira em torno dos três pistoleiros em busca do tesouro. Mesmo que o filme possua quase 3 horas, você não vê a hora passar, tudo é feito inteligentemente, para prender a atenção, sem deixar que a pessoa se canse facilmente.
Outro fator importante para o filme é a trilha sonora. Ennio Morricone se superou neste filme, sendo a trilha sonora mais conhecida de todas as suas obras já feitas. Talvez até mesmo alguém que não tenha assistido ao filme conheça a faixa principal, interpretada abaixo pela “Orquestra de Ukuleles da Grã-Bretanha”:
Outra característica impossível de se deixar passar é a capacidade de organização da equipe: lugares das filmagens, figurinos da época, escolha dos atores, roteiro, trilha sonora, etc...
Já no fim do filme, cenas marcantes em um curto período de tempo são mostradas, como a explosão da ponte, o soldado morrendo e o duelo final. Aliás, o duelo final é magnífico, como todo o filme. Enquanto a música toca ao fundo, os três pistoleiros se ajeitam em seu canto no centro do cemitério. Olhares frios, severos, concentrados e mais que tudo: importantes. A música para. É agora? Não. Você se prende mais ao filme. A música volta a tocar. Mais suspense, mais olhares. É agora? Ainda não. A mão se aproxima cada vez mais da arma... e quando você vê, já foi. O Mau no chão, morto pelo Bom, o Feio tentando, mas sem nenhuma bala, trapaceado pelo seu “amigo” Blondie. Dois sobreviventes do trio mais marcante da história do cinema western. O final de tudo é ver nos vídeos a seguir.
Se vocês assistirem, ficarão em suas mentes cada detalhe que o filme passa, o enredo inteiro em sua cabeça, as músicas de Morricone, as características dos três personagens e muito mais. É, na minha opinião, o melhor filme de faroeste de todos os tempos, empatado com "Era Uma Vez no Oeste"!
MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 11.
ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.
Você botou para quebrar agora Bruno. Grande resenha. A grande dúvida é qual dos dois é o melhor faroeste de todos os tempos. Eu fico oscilando de um lado para o outro. Já analisei e reanalisei os dois e cheguei a conclusão que no conteúdo e estilisticamente os dois se igualam mas operisticamente Era uma vez no Oeste é um pouco melhor. Sua imagética é ainda mais refinada. Às vezes acho Três homens... melhor e às vezes ocorre o contrário.No momento estou achando Era uma vez... melhor. Coisa de doido.Só Sergio Leone deve ter conseguido fazer isso na história do cinema, deixar até os fãs assim perdidos. Bem,coisa de gênio mesmo. De qualquer forma você acertou em cheio, elegendo esses dois filmes como os melhores western já feitos. Parabéns
ResponderExcluirAcima de tudo, obrigado pelo elogio!
ResponderExcluirEm segundo, também já fiz de tudo pra descobrir qual o melhor. Acredito que Sergio Leone tenha algum propósito para estes questionamentos: ele fez os melhores filmes, agora a batata vai para os espectadores, para eles escolherem qual o melhor.
Ainda assim, acho "Era uma vez no Oeste" mais requintado; entretanto, meu favorito é este aí, "Três Homens em Conflito".
Este filme é ruim. Faz tempo que eu vi então não posso fazer uma análise detalhada. Mas fato é que o principal defeito está no personagem "Mau" que tem muitas poucas cenas, é um personagem marcante MUITO mal explorado, e ainda é feito de idiota no final do filme. Dado o título do filme, espera-se que fosse exibir os três personagens em igual proporção. Mas não, o "Mau" sequer faz grande diferença.
ResponderExcluirOutro problema é o final previsível demais. Puro clichê. O herói bonzinho e bonitinho vence.
Também é um filme MUITO irreal. Os westerns são típicos filmes que retratam com realidade os confrontos no velho-oeste. Isso não acontece aqui. Se fosse outro gênero, talvez essa irrealidade teria um espaço melhor.
E por finalizar o final e péssimo! Meu Deus! Que final mais idiota. Três homens inteligentes deicidindo seus problemas de maneira idiota como aquela?! Esperei o filme inteiro, pra no final ser aquilo? Uns tirinhos no vilão? Só isso?
Péssimo filme. Só fez sucesso pela ampla divulgação midiática que teve.
"Os westerns são típicos filmes que retratam com realidade os confrontos no velho-oeste."
ExcluirCala a boca e vai pesquisar antes de falar idiotices. O Velho Oeste real não teve nem metade da violência retratada nos filmes, logo, não há nada de real nos filmes
Soh imbecil, q nao entende nada de cinema pra criticar uma obra prima dessas, filme perfeito, grandes atores, música magistral, roteiro perfeito e diretor Genial, é e sempre será o maior western de todos ao lado de outra obra prima chamada Era uma Vez no Oeste ! Sergio Leone e Morricone são geniais !!
ResponderExcluirEssa análise é digna de um cérebro de "ameba" com atrofia...vá olhar "XUXA REQUEBRA" que é a tua "PRAIA"...
ResponderExcluirAcho que a intenção do Leone foi passar para o telespectador, um mau que se achava esperto, e na realidade o esperto foi o bom. nosso companheiro Zigfríde o Cleef foi realmente um personagem mau matando uma família inteira e fuzilar um velho doente e indefeso na cama, e o filme é surreal. e o feio um irresponsável sem perceptibilidade sem saber que sua arma estava sem as balas e ambos foram enganados sem saber qual era a cova que estava enterrada uma fortuna em ouro, e o Blondie (Eastwood) tinha a certeza. sempre interpretando seu personagem como o Homem sem nome e cultivando suas espertezas ocultas e tirando proveito de situações erradas. Três Homens Em Conflito é ótimo e memorável. valeu Bruno ótima resenha.
ResponderExcluirA música principal da trilha de três homens em conflito é sensacional, inigualável, marcou o cinema. Já o estilo refinado de era uma vez no oeste, revolucionou o cinema e não teve outro igual. 2 filmes grandiosos!
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