6 de novembro de 2010

O Cavaleiro Solitário

O Cavaleiro Solitário

(Pale Rider)

Direção: Clint Eastwood

Roteiro: Michael Butler

Produção: Clint Eastwood

Ano: 1985

Elenco: Clint Eastwood, Michael Moriarty, Carrie Snodgress…

Duração: 116 minutos

A presença de uma história semelhante à Shane (1953) faz com que essa película também ganhe apreciação de todos que a assistem.

Análise: Pássaros cantando, paisagens de muitas árvores e montanhas e títulos na tela. Este é o início de Pale Rider, filme dirigido e estrelado pelo magnífico Clint Eastwood. O silêncio que era total passa a ser abafado pelo grupo de homens montados em seus cavalos que corriam em direção máxima a um lugar. As imagens e os sons vão se alternando diretamente: os homens e seus cavalos com um barulho muito alto e um pequeno vilarejo onde famílias viviam calmamente, criando animais para se alto-sustentar. Enquanto os cavalos corriam a toda velocidade, as pessoas do vilarejo trabalhavam no silêncio das florestas e matas e suas crianças brincavam com toda a alegria. À medida que os homens com cavalos vão chegando ao vilarejo, uma música melancólica toca-se por um instante; os cachorros passam a uivar e latir com frequência; os habitantes paravam de fazer o que estavam fazendo. Mesmo assim, as imagens continuam a se alternar, sempre com a intenção de mostrar que os homens estavam chegando ao destino. Quando finalmente chegam, a confusão é intensa; pessoas correndo de um lado para o outro, algumas até descendo morro abaixo, tiros para o alto, animais fugindo, casas destruídas e muitas outras atrocidades cometidas. Após isso, muitas pessoas acabam por desistir de ficar no vilarejo e vão embora, levando tudo que lhes pertence, como roupas, alimentos e animais.

Logo neste início percebemos que Clint utilizou muito bem os recursos que dispunha para sua obra... As paisagens são magníficas: florestas de todos os tipos, montanhas ao fundo, planaltos longos, lugares atingidos pela neve e muito mais que a natureza lhe proporcionava. Outra boa escolha de Clint Eastwood para este filme foi a trilha sonora: Lennie Niehaus. Com ótimas músicas misturando suspense e ação, as cenas são recheadas por esses detalhes.

Apesar de ser um filme de faroeste, Clint cita através das cenas alguns detalhes sobre o Apocalipse. Um destes detalhes é quando ele chega ao vilarejo por um convite de Barret (Michael Moriarty): Megan (Sydney Penny) lia a Bíblia, falando sobre o quarto guerreiro do Apocalipse, que se chamava Morte, era montado em seu cavalo branco e o inferno acompanhava-o. Tudo isso era de total semelhança à Clint quando chegou na cidade.

O filme ainda possui algumas semelhanças com Shane (Os Brutos também amam, 1953), quando a mulher de Barret - Sarah (Carrie Snodgress) - possui uma paixão de gratidão por Clint. Ela beija-o, porém não há nada demais. Ela diz que só fez aquilo para não acordar em uma noite dizendo "por que?", mas que iria se casar com Barret.

Antes dos momentos finais e mais decisivos do filme, as explosões realizadas por Clint e Barret na propriedade de Coy LaHood (Richard Dysart) são magníficas, explodindo tudo que veem pela frente, desde casas até outras coisas, vingando o que eles haviam feito no início do filme com o vilarejo. Os instantes finais do filme levam o espectador ao mais esperado momento, em que Clint sempre dá um jeito - inteligente e surpreendente - de matar muitos homens de uma vez só, como em outros filmes dirigidos e estrelados por ele. Isto acontece quando os homens de Coy LaHood entram em um café onde viram Clint e sem perceber nada gastam todas suas balas atirando e achando que ali ainda estaria Clint, mas o protagonista aparece e mata quatro dos homens, deixando dois fugirem. Para o espanto de LaHood, Clint sai pela porta da frente do café, vivo. É então que o xerife Stockburn (John Russell) e seus homens cruéis vão para mata-lo, definitivamente. Clint carrega seu revólver e desaparece, deixando seu chapéu no chão. O xerife não entende e pede para que seus homens encontrem-no e matem-no. Clint passa a envolvê-los em uma brincadeira, matando um a um de maneira diferente. Finalmente, era hora de enfrentar Stockburn. Clint volta onde deixou seu chapéu e coloca-o na cabeça. No duelo contra Stockburn, Clint vence. Isso é algo impressionante: mais uma vez o cineasta americano se superou nos finais de seus filmes!

Um detalhe que não pode ser deixado de fora é que Clint não possui nome neste filme, inspirando-se no principal personagem utilizado por Sergio Leone em seus filmes, o “Homem sem Nome”. Apesar de não ter dito seu nome no filme inteiro, Clint era chamado de “Padre”.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 10.

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

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