5 de fevereiro de 2011

A morte não manda recado

A morte não manda recado

(The Ballad of Cable Hogue)

Direção: Sam Peckinpah

Roteiro: John Crawford e Edmund Penney

Produção: William Faralla, Phil Feldman e Sam Peckinpah

Ano: 1970

Elenco: Jason Robards, Stella Stevens, David Warner...

Duração: 121 minutos

Um trabalho bem diferente do sempre genial Sam Peckinpah, o qual mostra uma comédia romântica baseada nos tempos do faroeste.

Análise: A repercussão do problemático e violento “Meu Ódio Será sua Herança” no mundo do cinema foi grande: discussões e má recepção do filme que mais tarde seria considerado a obra-prima de um diretor que amava a arte da violência e ainda por cima estava apenas começando no cinema, depois de trabalhos na televisão. Ou seja, Peckinpah estava sofrendo um pouco. Isso é percebido em “A Morte não manda Recado”. O nome do filme até dá a impressão de que o diretor não mudara o seu estilo e este continuaria com as filmagens violentas. Mas o nome não diz nada. Também temos a impressão de que isso continuaria no início do filme, quando um lagarto é “explodido” depois de um tiro. Contanto, a película só herda do faroeste os personagens, o tempo e as locações, pois não passa de uma comédia romântica. Nada de muitos tiroteios, só que com muita genialidade, tanto por parte da história, quanto pelo diretor e pelos atores.

Muito destaque para a atuação do sempre magnífico Jason Robards, representando um minerador de nome Cabo Hogue, o qual alimenta o sonho americano de enriquecer através de uma ideia “brilhante”, porém com muito trabalho duro. Para ajuda-lo, acaba conhecendo um pastor, Joshua Duncan Sloane (David Warner). Além de Cable Hogue e Joshua, existe a prostituta Hildy (Stella Stevens), que acaba tirando a roupa algumas vezes durante a película e ainda atua muito bem. Destaque também para a trilha sonora, de Jerry Goldsmith e Richard Gillis, com músicas muitas vezes cantadas, sem a orquestra. O próprio nome do filme em inglês já situa uma trilha sonora: The Ballad of the Cable Hogue (A Balada do Cabo Hogue). Ou seja, na música, a balada significa uma canção sobre a vida de um personagem, neste caso, de Cabo Hogue.

Percebemos claramente que Sam Peckinpah se abalou com a repercussão de sua obra-prima no mundo cinematográfico e então resolveu fazer algo mais light, dar uma canja para as pessoas que não haviam gostado de tanta violência. No entanto, o diretor continua com o sarcasmo, com a emoção de cada cena e uma filmagem bastante lírica, como no filme anterior. Ah, e eu já ia me esquecendo: demorou apenas um ano para Peckinpah voltar a ser amigo da "polêmica", com o filme "Sob o domínio do medo", outra de sua grande obra-prima.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 8,5.

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

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