23 de abril de 2011

Sukiyaki Western Django

SUKIYAKI WESTERN DJANGO

Direção: Takashi Miike

Roteiro: Masa Nakamura

Produção: Masato Ôsaki

Ano: 2007

Elenco: Hideaki Ito, Masanobu Ando, Shun Ogari, Quentin Tarantino...

Duração: 121 minutos

Todo o surrealismo e humor negro do chef japonês Takashi Miike depositado em um sukiyaki cheio de referências às melhores épocas da sétima arte.

Análise: Após assistir “Sukiyaki Western Django”, a primeira coisa que me veio à mente foi: “acabei de assistir um Kill Bill completamente nipônico”. E foi então que realmente entendi porque as pessoas acreditam que Takashi Miike seja uma cópia de Quentin Tarantino. Logicamente que este filme é algo considerado trash e não chega nem aos pés de uma das obras-primas do diretor norte-americano, porém, é algo completamente parecido em diversos quesitos: violência, história esquisita, humor negro, surrealismo, cenas de ação, referências, etc...

Até levamos um considerável susto ao início da película, já que conseguimos localizar algo americanizado entre nomes os esquisitos nomes japoneses: Quentin Tarantino está no filme! E apesar de pouco aparecer cumpre seu papel, justamente como deveria ser. Aqui lhes entrego uma boa oportunidade para que possam observar o artista atuando em um papel “coadjuvante”. Normalmente, Tarantino faz pequenas participações em filmes, mas não passa de um personagem “perdido” no meio da história. Aqui, já conseguimos vê-lo com um papel de maior escalão, principalmente porque a história de “Sukiyaki” é iniciada pelo personagem de Tarantino, em um começo um tanto quanto surreal, como é o filme por completo.

Baseado no início da “era samurai” com a histórica rivalidade entre os clãs do Heike e Genji – os quais comandam a cidade de Yuta, em Nevata (referência a Yojimbo, com a hegemonia das duas gangues) – a película conta a história de um pistoleiro sem nome (Hideaki Ito) que chega em meio aos conflitos dos clãs e sua maior missão, dali para a frente, será ajudar Shizuka (Yoshino Kimura), uma prostituta que deseja se vinguar de ambas gangues rivais, responsáveis por tragédias em sua família.

Apesar de – como citado acima – o filme ser considerado trash, só nos damos conta disso devido ao resultado final, o qual ausenta de uma melhor montagem e nos deixa incrédulos pelo sotaque puxado dos atores japoneses. Como a melhor parte, destacam-se as falas memoráveis e inspiradas, além de suas referências: o próprio nome já nos indica a respeito de Django e isso se agrava com a cena do caixão sendo puxado por uma carruagem. Aliás, Django é – de longe – o principal homenageado. Além de homenagens e falas, algo que impressiona é a extrema forma luxuosa de como a película foi feita: cenários e vestuários são detalhes que não deixam de chamar a atenção. O cenário um tanto quanto diferente, mesclando os cemitérios indispostos e improvisados do faroeste com um visual feudal, do antigo Japão dos samurais. A fotografia de Toyomichi Kurita talvez seja o melhor quesito da película, seguido pelas referências já citadas.

Este prato exótico e estiloso criado por Takashi Miike (considerado até “o novo Kurosawa”) pode se tornar variado quanto ao quesito utilizado para avalia-lo: para quem aceita qualquer desafio e não se dá conta dos detalhes cinematográficos, “Sukiyaki Western Django” pode ser um prato cheio, enquanto para quem possui um olhar crítico, é até mesmo fraco. Apesar de trazer uma receita extremamente cheia de referências aos westerns spaghettis e aos filmes japoneses de samurais, isso se resulta em uma mistura de luxo, tecnologia, estranheza, desordem e até emoção.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 7,5.

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

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