26 de julho de 2011

Crítica do leitor: Era uma vez no Oeste

ONCE UPON A TIME IN THE WEST

(ERA UMA VEZ NO OESTE)

Direção: Sergio Leone

Roteiro: Sergio Donati, Sergio Leone, Bernardo Bertolucci e Dario Argento

Produção: Bino Cicogna e Fulvio Morsella

Ano: 1968

Elenco: Charles Bronson, Henry Fonda, Jason Robards, Claudia Cardinale…

Duração: 165 minutos

Análise: O filme está infiltrado em quatro pessoas: Gaita (Charles Bronson), Frank (Henry Fonda), Cheyenne (Jason Robards) e Jill (Claudia Cardinale). E tudo começa com três homens – mandados por Frank – esperando um trem e mais alguma coisa. O espectador fica exatos 13 minutos esperando por isso, então pensa: “o que será que estão esperando?”. Quando o trem chega, não há nada a não serem caixas, porém pode se escutar um som de uma gaita. É aí que então aparece o herói da história: o Gaita, o qual acaba matando os três homens, mas leva um tiro. Tal cena pode ser considerada meio chata, até a hora em que o Gaita aparece.

Charles Bronson (1921-2003) era tão bom ator que ele foi o responsável por alegrar o filme, tanto que Sergio Leone disse: “é o ator mais incrível com que já trabalhei”. Foi até chamado para fazer Três Homens em Conflito, mas não quis o papel.

Continuando, você vê uma simples família se preparando para buscar Jill, que havia acabado de se casar com MacFarlane; entretanto, houve-se uma rajada de tiros e o pequeno filho vê sua família ser cruelmente assassinada por uma gangue. É então que aparece Henry Fonda. A pessoa que assiste fica impressionada ao ver Fonda com aqueles olhos azuis iguais ao de um santinho matar a pobre família, apenas por causa de sua terra. Um detalhe é que ele não tem cara de bandido, mas sim de mocinho. Depois você vê Jill, uma mulher linda até demais: peitos grandes e um corpo extremamente bonito. Para em um bar e encontra Cheyenne algemado. É tocada a música considerada por muitos como sinistra (do Gaita), e quando se vê o Cheyenne, ficam pensando que ele é o grande bandidão da história. Ele pega uma garrafa, mas escuta o som daquele instrumento e aparece o Gaita, o homem extremamente habilidoso, com um passado estranho e sombrio, e sem um nome verdadeiro. Mas ele está lá, encarando o Cheyenne enquanto toca a gaita. Cheyenne desafia Gaita, porém ele continua tocando, enquanto outro cara do bar tenta sacar a arma e Cheyenne o olha e diz: “Não, você não sabe tocar”. Por fim, manda o cara atirar em suas algemas para se livrar. O filme continua com Cheyenne e Gaita protegendo o terreno de Jill enquanto ela tenta vender a terra.

As melhores cenas são, em minha opinião, as de Cheyenne no trem e o espetacular duelo entre Gaita e Frank. Nesta cena do duelo você vê que Gaita, além de ser um cara impiedoso, também tem coração. É no duelo que se descobre que Frank havia matado o irmão de Gaita, e por isso ele queria tanto matar o rival. A trilha nesta cena é extremamente bonita.

(SPOILERS A PARTIR DAQUI)

O melhor de tudo é quando Gaita atira em Frank, o que dá vontade de sair do sofá e gritar para o Frank: ATÉ QUE ENFIM!
Gaita então bota seu instrumento na boca do vilão, até que ele morre. Posteriormente, Gaita e Cheyenne vão andando e conversando em seus cavalos, mas Cheyenne confessa que tinha levado um tiro, e toca sua música de despedida; ficamos tristes, porque até que ele era legal. O filme enfim termina com a morte de Cheyenne e com Jill dando água aos trabalhadores que montavam a linha de trem.

(FIM DE SPOILERS)

No início, o filme foi um fracasso de bilheteria, mas depois foi finalmente reconhecido, já que Charles Bronson virou uma estrela do cinema depois de Desejo de Matar. Ele ainda disse que Era uma vez no Oeste foi o melhor filme dele. Até hoje os críticos dizem que não existe filme igual. E o nome está errado: deveria ser “Era uma vez o Oeste”.

ANÁLISE FEITA POR WILTON CAVALCANTI.

2 comentários:

  1. Vejam uma análise diferente sobre este clássico do Western
    http://www.waldirbronson.com/2012/03/poetica-da-morte.html

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    1. Gostei muito dessa análise que, como dita por você mesmo, é um tanto quanto diferente!

      A imposição de "O Fuzilamento de 3 de Maio de 1808", de Goya, dá força à comparação. Tal obra até me lembra uma das cenas do posterior filme do italianão - "Quando explode a vingança", com James Coburn e Rod Steiger - na qual alguns mexicanos revolucionários são postos contra a parede e fuzilados.

      Nas próprias palavras de Leone: "O ritmo do filme pretendeu criar a sensação dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer. 'Era uma Vez no Oeste' é, do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os personagens do filme, exceto Claudia Cardinale, têm consciência de que não chegarão vivos ao final."

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