28 de janeiro de 2012

Crítica: O Dia da Ira

DAY OF ANGER

(O DIA DA IRA)

Direção: Tonino Valerii

Roteiro: Ernesto Gastaldi, Renzo Genta e Tonino Valerii

Produção: Sansone e Chrosicky

Ano: 1967

Elenco: Lee Van Cleef, Giuliano Gemma, Walter Rilla...

Duração: 115 minutos

Grande clássico do faroeste italiano apresenta um ótimo elenco e têm seu foco na relação entre um mestre e um aprendiz na arte de guerrear.

Análise: O Dia da Ira é uma produção ítalo-alemã e um dos maiores westerns spaghettis da história do gênero, sendo dirigido pelo aprendiz de Sergio Leone, Tonino Valerii, e possuindo em seu interior um elenco responsável por gerar o encontro entre dois grandes atores: o já experiente Lee Van Cleef e o ainda novato Giuliano Gemma.

O filme mostra a estranha relação entre o discípulo Scott (Gemma) e o seu mentor – um experiente pistoleiro de nome Talby (Van Cleef). Scott, um jovem sem família e nascido em um bordel, é zombado pelos arredores de Clifton, uma pacata cidade sem violência onde o xerife não carrega sua arma e os moradores logo ficam surpresos ao ouvir um único estampido de tiro. Talby, o experiente pistoleiro que futuramente acabaria com a paz de Clifton, chega ao vilarejo e ganha a admiração de Scott. Sendo assim, quando ele sai da cidade para procurar Wild Jack (Al Mulock), o qual está devendo 50.000 dólares em outras bandas, Scott persegue-o pedindo ajuda para se tornar um pistoleiro e então ser respeitado em Clifton; Talby aceita o ensino e demonstra, durante a jornada, as 10 lições para ser bom em sua profissão.

Ao capturarem Wild Jack, descobrem que ele não tem mais dinheiro, pois os moradores de Clifton o traíram. Talby e Scott voltam à cidade para recuperar as gorjetas e impor ordem na cidade, mas tudo sai do controle quando Talby assassina Murph Allen Short (Walter Rilla), um grande amigo de Scott. Com tal acontecimento, a dupla principal se volta um contra o outro e travam um inevitável duelo, não sem antes Scott matar os homens de Talby aplicando as lições que aprendera com o seu professor, onde quem vence é o que tem mais técnica e é o mais rápido no gatilho.

Deveras marcante, oferecendo excelentes atuações, papéis interessantes e um elenco afiado. Giuliano Gemma, ainda em estopim de carreira, está em uma de suas melhores performances. Lee Van Cleef também está formidável encarnando, de novo, um personagem maldoso; apesar disto, primeiramente ele parece ser bom ao tentar ajudar Scott, mas com o passar do filme é mostrado que ele é realmente adverso e quer apenas usar o inocente companheiro para conseguir sua vingança.

O diretor Tonino Valerii, muito conhecido pela parceria com Sergio Leone em Meu Nome é Ninguém (1973), nos mostra uma ótima direção com agradáveis planos, principalmente nos duelos, aproveitando as paisagens e a bela trilha sonora de Riz Ortolani para fazer mais um grande clássico do bang-bang à italiana. Porém, mesmo com alguns papéis bem desenvolvidos, Valerii também deixa outros personagens de lado na trama, como a bela Crista Linder interpretando Gwen e José Calvo, que poderia aparecer mais durante o filme.

Concluindo, O Dia da Ira é propício para fãs de qualquer gênero, sendo um prato cheio para os forasteiros do western e, além de tudo, inovador ao nos mostrar um diferente e épico duelo entre Talby e Owen White, onde o desafio é armar um rifle em cima de um cavalo e matar o adversário.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

4 comentários:

  1. Não há dúvida que se trata de um belo western italiano. Aproveito para dizer que a duração deste filme não é 95 minutos mas sim 115 minutos, mais ou menos.
    Infelizmente, quando este filme foi editado em Portugal em VHS nem sequer chegava aos 90 min.
    Agora já há muitos DVD com o filme completo.

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    1. Já corrigimos a duração, Emanuel.
      Obrigado pelo aviso, compañero!

      Abraços.

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    2. Como sempre Bruno suas análises são sempre muito combinatórias ao filme. sem dúvida este western não tem nada a desejar e um grande exemplo de como um ser humano resgata a sua reputação se tornando um justiceiro respeitado. quando estava cansado de ser humilhado pelos moradores de Clifton. tem momentos que o Scott não da ouvidos aos conselhos do Murph Allen quando ele diz ao scott que o cano da arma do talby é mais curta que a dele, facilitando sua saída mais rápida do porta arma. mais tarde o scott reflete essa dica. Bruno pra quem não sabe o tema do Riz Ortolani tocava no intervalo da novela Irmãos Coragem de 1970.

      Luiz Carvalho

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  2. Para mim é o melhor western de Valerii. É também um bom exemplo de como o aprendiz pode igualar o mestre, e digo igualar para não ofender ninguém.

    Já vi o filme dezenas de vezes e em diversas dobragens, mas creio que a única dobragem que lhe faz jus é a italiana.


    --
    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://auto-cadaver.posterous.com

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