16 de junho de 2011

Crítica do festival: Sukiyaki Western Django

SUKIYAKI WESTERN DJANGO

Direção: Takashi Miike

Roteiro: Masa Nakamura

Produção: Masato Ôsaki

Ano: 2007

Elenco: Hideaki Ito, Masanobu Ando, Shun Ogari, Quentin Tarantino...

Duração: 121 minutos

Análise: Pode ser um pouco bizarro imaginar um faroeste no Japão, não? Não. Várias produções do gênero norte-americano por excelência (como o crítico francês André Bazin denominou o western) foram inspiradas por clássicos japoneses – Por um punhado de dólares (1964), de Sergio Leone, é quase um remake de Yojimbo (1961), de Akira Kurosawa, assim como Os sete samurais (1954), do mesmo Kurosawa, influenciou Sete homens e um destino (1960), de John Sturges. O cineasta japonês Takashi Miike, que em seus filmes passeia do terror à ação até incursões no mundo infantil (no IMDb constam mais de 80 produções, entre longas, médias e vídeos televisivos), tomou o caminho de volta e os westerns spaghettis são as musas de seu Sukyiaki Western Django, de 2007.

Miike é considerado o mestre da bizarrice, mas nem escoltado por este título a troca de spaguetti por sukiyaki promovida pelo diretor fluiu. O menino que perdeu o pai, a rivalidade histórica entre clãs, o forasteiro habilidoso que não se filia a nenhum lado, a guerreira que ressurge do passado e close-ups à la Sergio Leone são alguns dos clichês que enchem a caçarola de Sukyiaki Western Django, o qual pode ser descrito como paródia-homenagem de faroeste, yakuza, samurais e dramalhão. Quentin Tarantino, símbolo de releitura e reinvenção, batiza a produção atuando como narrador no prólogo, bastante estimulante, mas que prepara o espectador para algo que se espera, espera... e não vem. O grande trunfo de Miike fica mesmo nessa introdução. O resto, é pastiche que não tem graça suficiente, pós-modernismo demais, espetáculo pós-Tarantino sem a mesma força do cineasta norte-americano – lembrando que, curiosamente, Takashi é um dos grandes ídolos do diretor de Pulp Fiction (1994).

Com os nomes de Miike e Tarantino nos créditos, o filme já nasceu cult, mas faltou bastante para que o público se empolgasse de verdade. O grande destaque fica para o diretor de fotografia Toyomichi Kurita, que aproveitou bem o marrom do “homem sem nome” e as cores da bandeira japonesa na caracterização dos clãs inimigos, e que conseguiu assim recriar o clima dos westerns sem perder o fantasioso que o roteiro pedia. O filme acaba sendo, dessa maneira, uma comédia de estupendo visual onde a eventual força fica mesmo no escracho; diversão cinéfila para um domingo à tarde.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR NATALIA BARRENHA, 24 ANOS, BUENOS AIRES.

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