26 de junho de 2012

Crítica | O Resgate do Bandoleiro

THE TALL T

(O RESGATE DO BANDOLEIRO)

Direção: Budd Boetticher

Roteiro: Burt Kennedy

Ano: 1957

Elenco: Randolph Scott, Richard Boone e Maureen O’Sullivan …

Duração: 78 minutos

Poucos minutos de projeção, mas história para muitos.

Análise: O Resgate do Bandoleiro é um filme norte-americano dirigido por Budd Boetticher, no ano de 1957. O roteiro, escrito por Burt Kennedy, é baseado na história The Captives, de Elmore Leonard, novelista que teve muitos outros de seus contos adaptado para as telonas, sobretudo ao se tratar dos faroestes, como foi com Galante e Sanguinário (1957) e Os Indomáveis (2007) – partindo da mesma premissa, porém com refilmagens diferentes –, e Joe Kidd (1972).

Pat Brennan (Randolph Scott) é um caubói solitário que, após perder o seu cavalo em uma aposta, pega carona na diligência de seu amigo Ed Rintoon (Arthur Hunnicutt), da qual partem de viagem para a lua-de-mel o casal Willard (John Hubbard) e Doretta Mims (Maureen O’Sullivan) – filha de um rico minerador. Ao chegarem em uma estação de diligências, acabam sendo cercados por um trio de bandidos liderados por Frank Usher (Richard Boone), que bolam um plano ao descobrirem o capital do pai de Doretta, pedindo para o mesmo uma boa bolada em dinheiro pelo resgate da filha.

Em aspectos técnicos, quem se sobressai é a fotografia, sobretudo pelas filmagens em Lone Pine/Califórnia, aproveitando a paisagem rochosa da região e a bela percepção do responsável pelo quesito, Charles Lawton. Já o diretor Budd Boetticher faz um trabalho seguro por detrás das câmeras, conseguindo através de um curto período de tempo finalizar com um intenso tiroteio.

Munido de apenas 78 minutos – o que, apesar de tudo, não se torna um fator negativo – a história toma seu tempo e é desenvolvida de maneira rápida, mas deixando um bom espaço para os personagens, responsáveis pelas reviravoltas no script. As facetas encontradas em The Tall T não são de difíceis acessos em outras películas do mesmo gênero: Willard Mims, por exemplo, um homem ganancioso que se casou com a mulher somente por dinheiro e para tentar salvar a própria pele; o oposto de Willard, Ed Rintoon, é um homem que liga para o próximo, mas quando cercado por bandidos, tenta reagir e ser o herói, e acaba sendo morto. Àqueles que aparecem única e exclusivamente no início, Hank Parker (Fred Sherman) e Jeff (Christopher Olsen), pai e filho, cuidam da empoeirada estação de diligências, sendo que o primeiro está cansado de viver isolado, e planeja voltar para a cidade na tentativa de um futuro melhor.

Vale também destacar a ambiência com que o filme lida, abordando o preceito da solidão e dos sonhos não realizados, os quais podem ser vividos na pele da personagem Doretta Mims, que cresce sem o amor do pai, querendo um filho para cuidar dos negócios posteriormente, e para sair da casa do pai, casa-se com Willard, mesmo não o amando de verdade.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

Um comentário:

  1. Tenho quase certeza de que os filmes mais significantes da volumosa e longa carreira de Scott, são as fitas que fez com Boetticher.

    A principio não gostava deste diretor, nem dava o valor devido aos filmes que fez com Scott.
    Porém, amigos com visões mais profunda que a minha me abriram os olhos e até me mandaram 3 destes filmes para eu rever.

    Como eu estava errado!
    Resgate de Bandoleiros, O Homem Que Luta Só e Sete Homens Sem Destino me fizeram reverter todos os pontos de vista que tinha a respeito deste diretor.

    Resgate de Bandoleiros é um filme de um roteiro muito simples, mas que foi feito com um esmero acima da média de filmes B.
    Seus cenários são lidos, suas interpretações são todas relevantes (Scott/Boone/Silva/Homier/Sullivan) e a historia é bem amarrada e muito bem desenrolada.

    Burt Kennedy jamais dirigiu um filme que merecesse enlevos. Porém, como roteirista, tudo o que ele escreveu foi sempre muito bem aproveitado, naturalmente por suas qualidades.

    Aconselho a todos fãs de western a ver ou rever estes tres filmes que enumerei, com especial observação para Sete Homens Sem Destino.
    jurandir_lima@bol.com.br

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