4 de julho de 2012

Crítica | Galante e Sanguinário

3:10 TO YUMA

(GALANTE E SANGUINÁRIO)

Direção: Delmer Daves

Roteiro: Halsted Welles

Elenco: Glenn Ford, Van Heflin, Felicia Farr…

Ano: 1957

Duração: 92 minutos

Com destaques variados, adaptação de famoso conto estadunidense torna-se obra valiosa e divide méritos entre a dupla de atores.

Análise: Galante e Sanguinário é um filme dirigido por Delmer Daves (o mesmo do excepcional Árvore dos Enforcados, de 1959) e é considerado um dos grandes clássicos do western norte-americano. O roteiro é de Halsted Welles, adaptado do conto homônimo de Elmore Leonard, este que teve muitas outras de suas obras transformadas para as telonas.

No período de comemoração pelos 50 anos do filme, em 2007, um remake hollywoodiano (dirigido por James Mangold, com Christian Bale e Russel Crowe) foi lançado, com o título no Brasil de Os Indomáveis. Apesar de considerado uma refilmagem, muitas diferenças podem ser notadas em relação ao original– algumas até importantes para o desenvolvimento da história.

Ben Wade (Glenn Ford, na foto) é um temido pistoleiro cujo bando assaltou uma diligência carregada de ouro e também os cavalos de Dan Evans (Van Heflin), o qual testemunhou o ato. Logo após, Wade é preso sozinho no pequenino povoado de Bisbee, enquanto Evans é motivado a conquistar 200 dólares para ter água em seu rancho, no Arizona, durante a seca.

Por tal motivo, o mesmo se candidata – e foi o único a fazê-lo – para levar o perigoso Ben até a cidade de Contention, onde pegariam o trem das 3h10min, para Yuma – é daí que vem o título do filme. No destino da dupla, o bando de Wade descobre e cerca o local para resgatar o chefe.

A trilha sonora, composta por George Duning, é de alto nível, criando um arco necessário de suspense no decorrer da projeção; destaque para a bela música tema, The 3:10 to Yuma, cantada por Frankie Laine.

O roteiro sabe desenvolver de forma bastante regular os personagens, até mesmo oferecendo os motivos de suas ações como respostas a diversos casos, como naquele em que Dan Evans continua sua jornada (mesmo com os outros desistindo) somente para ser bem visto entre os filhos. Os atores fazem um bom trabalho, dando vida para personagens marcantes e que mais tarde seriam retomados em outras películas.

Por fim, a fotografia em preto e branco dá os tons certos para um resultado final bem relevante, sendo muito bem feita, com nítidas imagens. Delmer Daves completa todo o ciclo com chave-de-ouro, na execução de uma ótima direção, com planos marcantes – destaque para aquele do trem indo embora, durante a chuva.

Igualmente a muitos trabalhos da época no cinema americano, o principal duelo de Galante e Sanguinário não está nas armas nem na selvageria, mas sim na cabeça dos personagens, em seus psicológicos. Durante grande parte do tempo, lidamos com uma tensão sem princípios de violência, como na cena em que Wade e Evans estão esperando em um quarto de hotel: o segundo deve ficar ouvindo provocações e propostas do primeiro, para deixá-lo fugir. Evans, no entanto, mostra-se incorruptível e não aceita o alto valor oferecido por Wade que, no fim, demonstra honra e facilita o trabalho do “companheiro”, mostrando isto através da cena realizada com o trem em movimento – na qual ele salva a vida de Dan, pois não gosta de ficar devendo favores aos outros. O sorriso como forma de cumprimento entre eles demonstra o respeito mútuo que existe em suas relações.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

5 comentários:

  1. Assisti aos dois filmes e considero que a refilmagem tem um roteiro um pouco mais completo e um elenco melhor.

    Glenn Ford é a força do original, sendo superior a Van Heflin. Na refilmagem, Russell Crowe e Christian Bale se equivalem, tendo ainda coadjuvantes melhores como Ben Foster e Peter Fonda.

    Abraço

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    1. Concordo. O remake aprofundou mais na história, acrescentou e modificou detalhes no roteiro que são importantes para o desenrolar do filme. Além de ter muita mais ação do que o filme original.

      Ambos os faroestes são ótimos...

      Abraço.

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  2. Glen Ford, no genero em tópico, caminhou com honras ao lado de Randy Scott, Lancaster, Douglas, Stewart, Fonda, Peck, dentre mais alguns outros. Porem, um tanto quanto distante de John Wayne, assim como os demais.

    Dificil este ator, Ford, protagonizar um faroeste (isto porque estamos dentro deste genero) que não justifique comentários com louvoures.

    Com a sempre perfeita direção de Delmer Daves, Galante e Sanguinário segue em paralelo a outros filmes do mesmo diretor com este bom ator como; Como Nasce Um Bravo e Ao Despertar da Paixão.

    Uma fita sutil, narrada com discrição, porém com um conteudo e desenrolar forte e denso, o filme de Daves conduz o espectador a um inesperado estado de tensão e desfeche.

    Heflin, um bom ator, mas sem ter na carreira a compensação ideal para o tamanho de seu talento, novamente está muito bem como o rancheiro que, por necessidade do dinheiro oferecido, resolve conduzir o perigoso pistoleiro e chefe de quadrilha até Yuma.

    Um formidável filme do qual se fez uma refilmagem em 2007 e que, no meu ver, caminhou muito distante do de 1957.
    Não adianta, porque não se faz mais faroestes como se fazia 50/60 anos atrás.
    Era como se fosse a época exata para a confecção destes filmes e onde reinavam verdadeiros ases da direção do genero como; Hawks, Walsh, Daves, Mann, Ford, Boetticher, dentre muitos e muitos outros. Fato que não ocorre hoje.

    Glen Ford vinha de uma sequencia, ano a ano, de excelentes faroestes como; Um Pecado em Cada Alma/55, Ao Despertar da Paixão/56, culminando em 1957 com este pequeno tesouro.
    Mas não parando aí, claro, porque estamos falando de um filmes desta data. O ator teve uma carreira longa e pontuada de muitos outros sucessos, mesmo dentro, apenas, do western, tal qual; O Irresistivel Forasteiro/58 e Cimarrom/60.
    jurandir_lima@bol.com.br

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  3. Por favor, quero ver a primeira versão e não sei como. Alguém pode me ajudar

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  4. "Galante e Sanguinário" chega a ser ridículo e risório esse título, coisa de português, opá hahahaha

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