8 de julho de 2012

Give ‘em hell.

(1917-2012)

Ele teve de partir, infelizmente. Talvez estivesse em sua hora. De certo, o que podemos garantir é que suas maiores proezas nunca serão esquecidas, pois ele estará respirando continuamente na memória das lentes cinematográficas. Assim, despedimo-nos hoje, em um triste domingo de julho, de Ermes Effron Borgnino – mais famoso pelo nome de Ernest Borgnine.

O sempre carismático ator nasceu em 24 de janeiro do ano de 1917, em Hamden, estado de Connecticut, filho de imigrantes italianos. Antes de acomodar-se na arte da atuação – na qual incluem trabalhos para a televisão, teatro e cinema –, Ernie passou dez anos na Marinha e ainda participou da Segunda Guerra Mundial. Estreou na Broadway em 1949, com 32 anos e, seis primaveras depois, ele já vencia seu primeiro e único Oscar, pelo filme Marty (dirigido por Delbert Mann).

No decorrer do tempo, a popularidade de Borgnine só aumentava, passando a estrelar sucessos de crítica e de comércio. Atualmente, são projetos glorificados e obrigatórios para qualquer um que deseja seguir carreira na área cinematográfica, como A Um Passo da Eternidade (Fred Zinnemann, 1953), Johnny Guitar (Nicholas Ray, 1954), Os Doze Condenados (Robert Aldrich, 1967), Fuga de Nova York (John Carpenter, 1981) etc. Entretanto, além de marcar presença nas grandes telas, também era astro na televisão americana, atuando em séries como a comédia McHale’s Navy (1962-66), na qual interpretava quase que ele mesmo, por ser o papel de um marinheiro.

Dentre os diretores com quem mais trabalhou, estão Sam Peckinpah e Robert Aldrich. Com o primeiro, foi responsável por colidir de frente com os estúdios e chocar os espectadores na obra-prima do faroeste Meu Ódio Será sua Herança (1969); já com o segundo, realizou uma coleção de variados filmes, que envolve Vera Cruz (1954), O Vôo da Fenix (1965), O Imperador do Norte (1973), e outros.

Antes de falecer, com 95 anos, Borgnine continuava em atividade. Seus trabalhos mais recentes são o desenho Bob Esponja (dublando o Homem-Sereia), a adaptação do quadrinho Red – Aposentados e Perigosos (Robert Schwentke, 2010), e o faroeste The Man Who Shook The Hand of Vicente Fernandez, do diretor Elia Petridis – já finalizado, para este ano.

.

Aqui estão prestadas não só nossas condolências, porém as de todos os devotos da sétima-arte.

Give ‘em Hell...

... E descanse em paz, Ernie!

5 comentários:

  1. Ótimo texto Bruno sobre o saudoso Ernest Borgnine, realmente uma lenda. Ele se foi mais viveu bastante e ficará na memória cinéfila. São tantos filmes, apesar de gostar muito de A Um Passo Da Eternidade e Johnny Guitar, entre as mais de 200 participações em filmes, é em "Meu Ódio Será Sua Herança", pra mim, o seu trabalho mais evidente. Aliás, seu post sobre o filme também ficou ótimo!

    Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "Meu Ódio Será sua Herança" marcou não só Borgnine, porém todos os atores que nele trabalharam. Não tem jeito! Obra-prima.

      Abraços.

      Excluir
  2. Ele deixou uma belíssima e longa carreira. Poucos atores chegaram aos noventa anos trabalhando.

    Uma grande perda.

    Abraço

    ResponderExcluir
  3. RIP



    --
    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://auto-cadaver.posterous.com

    ResponderExcluir
  4. Este é o segundo comentário que faço hoje sobre esta fera que o cinema deixou fluir.
    Um ator de dezenas de faces, de interpretações cheias de brilho e um homem simples e muito querido.

    Tenho consciencia absoluta que todo cinéfilo,comentarista ou amante de cinema em todo o mundo, deixe de sentir neste momento o doloroso e amargo paladar desta perda.

    Frágil e retraido em Marty, brutal em A Um Passo da Eternidade, valente em Homens das Terras Bravas, justiceiro em Meu Ódio Será sua Herança, selvagem e pai vibrante em Viking, Os Conquistadores, exageradamente fora da lei em Johnny Guitar/Vera Cruz e Conspiração do Silencio.
    Tudo isso foi somente um pouco do muito que fez nosso amado Ermes Effron Borgnino, o magistral ERNEST BORGNINE.

    Foi-se de nosso lado, mas deixou todo tesouro de sua vida, que foi seu trabalho, como um perene presente a quem ama a mais bela arte deste nosso mundo.
    jurandir_lima@bol.com.br

    ResponderExcluir