5 de agosto de 2012

Crítica | Django Vem Para Matar

SE SEI VIVO SPARA

(DJANGO VEM PARA MATAR)

Direção: Giulio Questi

Roteiro: Benedetto Benedetti, Franco Arcalli, Giulio Questi e María del Carmen Martínez Román

Elenco: Tomas Milian, Ray Lovelock, Piero Lulli...

Ano: 1967

Duração: 100 minutos

Cheio de bizarrices e sangue, eis um dos westerns mais violentos e polêmicos.

Análise: Considerado a primeira sequência de Django (Sergio Corbucci, 1966), embora não tenha nenhuma ligação com o personagem representado por Franco Nero no primeiro filme, Django Vem Para Matar é um western spaghetti dirigido pelo italiano Giulio Questi, tendo em seu papel principal o futuro ator de papéis cômicos, o cubano Tomas Milian.

É um trabalho deveras provocador, com muitas cenas fortes e várias fanfarrices, o que lhe garantiu o título de “um dos faroestes mais violentos”.

Apesar de não citado na projeção, o nome “Django” é substituído por “O Forasteiro”, apelido adotado pelo mestiço (Milian) que foi encontrado por dois índios, baleado, após ter sido traído pela parte americana da gangue que recusara repartir o ouro com sua parte, a mexicana. Então, ele corre em busca de vingança e chega a uma estranha cidade, onde a conquista após matar o líder cuja gangue conduz o local; entretanto, o mestiço ainda não acabou sua missão, pois ainda precisa recuperar o ouro em uma aventura bem brutal.

Ao decorrer da película, mostra-se como a sede humana pela riqueza é arrebatante, através de Bill Templer (Milo Quesada) negando que possuía ouro mesmo com a vida de seu filho, Evans (Ray Lovelock), em jogo. E, também, em uma cena cômica, na qual um homem é baleado com balas de ouro, o que já lhe garante uma morte mais satisfatória.

O estilo em que o filme foi montado, pelo editor Franco Arcalli, é bem alucinante, com cenas que provocam certo desconforto por meio de rápidos cortes de câmera. O diretor, por sua vez, faz um ótimo trabalho, usando e abusando dos closes, que são usados até nos animais que aparecem sendo torturados. A fotografia de Franco Delli Colli é própria para contrastar com o vibrante sangue vermelho, em maior tom nas cenas de cortes na pele humana.

O filme têm duas referências religiosas, ambas com o Forasteiro: uma logo no começo, em que ele ressuscita ao sair da cova, e outra na hora de sua tortura, na qual está apenas de tanga e em posição de quem será crucificado.

Polêmico devido à extrema violência contida em seus frames, abordagens sobre alguns assuntos abusados e muitas bizarrices, dentre os elementos mais esquisitos de Django Vem Para Matar encontra-se uma gangue de indivíduos que só se vestem de preto e, supostamente, são homossexuais, pois em uma cena há a sensação de que eles estupram o jovem Evans Templer, este que cometera suicídio no dia seguinte.

O racismo também ganha um espaço polpudo, quando os americanos se recusam a dividir o dinheiro com os mexicanos, os quais tiveram todo o trabalho, e quando os homens brancos escalpelam um índio, dizendo que seria pecado matá-lo de outra maneira. Já entre as muitas outras esquisitices, temos a cena de Mr. Sorrow (Roberto Camardiel) dando bebida alcoólica para uma arara.

MINHA NOTA:

POR THIERRY VASQUES.

2 comentários:

  1. Extraordinário filme muito violento e muito polémico! Para mim, um dos melhores westerns italianos de sempre. Não existe qualquer relação com DJANGO de Sergio Corbucci. Em muitos países usou-se o nome Django neste filme para tentar chamar mais público às salas de cinema devido ao enorme sucesso do original de Corbucci.
    Aproveito para corrigir que a duração total deste filme não é de 100 minutos mas sim de quase 120 minutos.

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