23 de agosto de 2012

Crítica | Sartana Chegou Para Matar

IL WEST TI VA STRETTO, AMICO... È ARRIVATO ALLELUJA

(SARTANA CHEGOU PARA MATAR)

Direção: Giuliano Carnimeo

Roteiro: Giovanni Simonelli, Tito Carpi e Ingo Hermes

Elenco: George Hilton, Lincoln Tate, Agata Flori...

Ano: 1972

Duração: 88 minutos

Ação e comédia dão a devida notabilidade para Allelujah escrever sua história no spaghetti.

Análise: O movimento cômico presente no eurowestern é bastante conhecido por terras brasileiras, tendo no personagem de Trinity (Terence Hill) seu melhor representante no país. Depois dele, foi só correr para as inúmeras salas e assistir às películas do mesmo estilo. Assim seguindo na mesma vertente, Sartana Chegou para Matar é um western com traços de comédia, dirigido por Giuliano Carnimeo. O título foi erroneamente traduzido no Brasil, já que, na verdade, o filme não faz parte da série Sartana, mas sim é o segundo daqueles estrelados por Allelujah (chamemos pelo nome correto, portanto).

O General Ramirez (Roberto Camardiel) é líder da Revolução Mexicana e precisa recuperar uma estatueta asteca para ter o apoio dos índios, fazendo com que ele pregue um acordo com Sartana/Allelujah (George Hilton), um temido pistoleiro. Porém, o seu serviço não será assim tão fácil, pois existe uma mística no interior do objeto procurado: ele atrai pessoas que estão interessadas somente em seu valor capital – como é o caso de Allelujah, que o procura justamente pelo dinheiro.

E, diferenciando-se dos outros anti-heróis solitários do gênero, o caçador-de-recompensas receberá a ajuda de mais alguns amigos: o escocês Archie (Lincoln Tate) e uma antiga companheira do mesmo, Fleurette (Agata Flori).

Allelujah se demonstra um pistoleiro enigmático, que confunde a cabeça dos inimigos (do mesmo modo que os astecas), portando não só boas estratégias, mas também um grande arsenal de armas, sejam elas comuns ou bem raras (vide o lança-granadas ou a gaita-de-foles adaptada com pimenta para atordoar os inimigos). Além disso, ele é retratado como um exímio conhecedor de novas tecnologias, como quando escreve um contrato numa máquina-de-escrever junto ao General Ramirez.

O diretor italiano Giuliano Carnimeo faz um bom trabalho em sua posição, com alguns planos-sequências bem costurados. A condução do elenco também se dá convincente, com destaque para o ator uruguaio, George Hilton. Além disso, o realizador aposta em algumas câmeras rápidas, para que o movimento dos personagens ficassem mais velozes do que o comum e as gags se tornassem constantes – técnica muito conhecida e aproveitada em filmes de Charles Chaplin e, depois, reposta em Trinity. Ao seu fim, há espaço até para homenagear alguns esportes e usando-os como armas: o golfe para acertar o adversário na cabeça, com um taco e a típica bolinha, e o salto-com-vara para saltar o muro de um forte.

Sartana Chegou Para Matar apresenta grande nível de humor pastelão, dando para se perceber desde o início quando o exército realiza as ações solicitadas até mesmo quando os soldados estão com vontade de urinar. Afora isto, a maneira como o pistoleiro derrota seus inimigos também agrega uma pitada de “gracinhas”. O espírito divertido, como se já não bastasse, está presente na construção de alguns personagens, como o escocês que apenas se utiliza de roupas típicas de seu país e é constantemente zoado pelo inimigo, por se parecer com uma figura feminina.

MINHA NOTA:

POR THIERRY VASQUES.

Um comentário:

  1. Gosto de George Hilton mas este filme aqui não é dos que mais aprecio. Considero a primeira entrada da saga é melhor.

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    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://destilo-odio.tumblr.com/

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