2 de abril de 2011

Rango

RANGO

Direção: Gore Verbinski

Roteiro: John Logan

Produção: Gore Verbinski, Graham King e John B. Carls

Ano: 2011

Elenco: Johnny Depp, Isla Fischer, Abigail Breslin…

Duração: 107 minutos

Um magistral passatempo para cinéfilos.

Análise: Iniciando pelo nome da animação, o qual já nos sugere que existe algo com o faroeste: podemos ligar Rango com Ringo e Django, dois westerns conhecidos internacionalmente e dirigidos por Sergio Corbucci, um dos grandes diretores que revolucionaram o gênero antes considerado somente americano, transformando-o em universal e criando o “bang-bang à italiana”, juntamente com Sergio Leone e outros diretores, incluindo Sam Peckinpah e Clint Eastwood. Ou seja, isto já é um indício de que a película irá homenagear – e com um singelo camaleão – um dos maiores gêneros cinematográficos: o faroeste, bang-bang, western ou seja lá o que você preferir.

Making-of da dublagem de Rango, um tanto quanto diferente e inteligente, funcionando muito bem na película.

A história da película é um pouco esquisita e fora do comum, aliás, é uma animação, feita para crianças: um camaleão que cai de um caminhão no quente e seco deserto de Mojave, chegando até a cidade “Poeira”, onde se torna xerife. Apesar de fazer tudo errado, o resultado é algo extremamente certo.

A direção fica por conta de Gore Verbinski, o mesmo diretor da trilogia de “Piratas do Caribe”. Para acompanhar o diretor, seu parceiro Johnny Depp lidera a equipe de dubladores, que ainda conta com Isla Fischer (“Scooby Doo”) e Abigail Breslin (de “Pequena Miss Sunshine”). O roteiro fica por conta de John Logan, indicado ao Oscar duas vezes: por “Gladiador” e “O Aviador”. Hans Zimmer é creditado como o criador da trilha sonora, a qual remonta mais uma homenagem ao faroeste, com músicas que nos lembram de Ennio Morricone, o maestro do bang-bang e outros compositores. Aliás, a trilha sonora merecia um próprio parágrafo, porém deixarei de aperfeiçoa-la tanto assim. É impossível não creditar também a indústria de efeitos especiais “Light & Magic”, responsável pelo visual de Rango. A perfeição com que a animação foi feita é algo fora de série: detalhes incríveis; cenários que remontam com tamanha perfeição o oeste americano; um visual impecável para nos deixar de cabelo em pé; um universo muito realista, que inclusive, senão fossem os personagens camaleões usando roupas (o que nos mostra verdadeiramente que é uma animação), até acreditaríamos que estávamos vendo um filme com animais reais. Ou seja, tudo isso indica como o visual da película é perfeito.

Ao término da animação, percebemos as diversas homenagens e referências que Rango trouxe aos clássicos do faroeste: de personagens como o lendário “homem sem nome” até obras-primas como “Era uma vez no Oeste”, a película pode ser considerada fundamental para tentar recuperar o gênero, o qual anda desaparecido no mapa do cinema, apenas com alguns sobreviventes que tentam revivê-lo, como os incríveis irmãos Coen. Mas, algumas pessoas devem se perguntar: as crianças irão entender tudo do filme, já que há tantas referências ligadas a clássicos do cinema, como os faroestes italianos? Apesar de todas as referências, as crianças podem se divertir um bocadinho com as trapalhadas do camaleão Rango, aliás, toda animação é feita exclusivamente para crianças. Porém, com certeza, alguém que conheça o western irá ter um prazer a mais em assistir “Rango”, aliás, um filme com tantas referências nos fazem lembrar as épocas douradas do cinema e até dos mestres do bang-bang, como o diretor Sergio Leone, o compositor Ennio Morricone e o ator Clint Eastwood.

Como já havia dito bem no início, o filme é considerado como um passatempo para cinéfilos, já que estes poderão se divertir tentando descobrir as quais filmes algumas cenas se referem. Apenas para constar aqui: além de faroestes, a animação faz referências a outras cenas de filmes, como “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola, na fantástica cena da Cavalgada das Valquírias, com uma trilha sonora de arrepiar por Richard Wagner.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 9,5.

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

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