21 de maio de 2011

Crítica: El Mariachi

EL MARIACHI

Direção: Robert Rodriguez

Roteiro: Robert Rodriguez

Produção: Robert Rodriguez e Carlos Gallardo

Ano: 1992

Elenco: Carlos Gallardo, Consuelo Gómez, Reinol Martínez, Peter Marquardt...

Duração: 81 minutos.

Um verdadeiro show de como se fazer o muito com o pouco.

Análise: Mesmo não possuindo muitos ares e linhas de um faroeste, “El Mariachi” mostra elementos que possam fazer parte de um filme do gênero: iniciando-se pela figura do ator Carlos Gallardo, o qual representa um Mariachi sem rumo – e também sem nome, por sinal – “passeando” com seu violão por uma ambientação suja e empoeirada de um México decadente; além dele, todo e qualquer personagem é indispensável para a história (bem como em um faroeste) e, acima de tudo, a ótima alternância entre grandes momentos de ação e drama. A consequência de tudo isto só pode ser um filme excelente, mesmo apesar de ter um baixíssimo orçamento (incríveis sete mil dólares depositados no projeto). Ainda diz a lenda que, para Robert Rodriguez conseguir realizar a película, ele precisou vender seu carro.

E como todo bom filme necessita de histórias, a aventura que se passa em “El Mariachi” é completamente cativante e curiosa, carregando diversos sentimentos, entre os quais mais se destacam são os de vingança e muita emoção: “Indo de cidade em cidade para mostrar seu repertório e ganhar um dinheiro, um mariachi (Carlos Gallardo) passa a ser confundido com o assassino Azul (Reinol Martínez), já que coincidentemente os dois andam com caixas de violão nas costas: enquanto Azul possui um arsenal dentro de sua caixa, o mariachi simplesmente anda com o instrumento verdadeiro”.

Devido às causas do baixo orçamento, El Mariachi apresenta um visual completamente amador e experimental, com cortes de cena apresentados de forma crua e, principalmente no rolar dos créditos iniciais, em que o nome de Robert Rodriguez aparece mais do que tudo e todos: ele dirige, ele escreve, ele edita, ele produz. Ele, na verdade, se transforma em uma “máquina de fazer cinema”, onde vemos que está sedenta para surpreender todos com sua genialidade. Ah, e outro detalhe “básico”: naquela época, ele tinha apenas 23 anos. Ou seja, os olhares do mundo cinematográfico estavam voltados para aquele jovem e habilidoso profissional da sétima arte. Inclusive, suas principais características que levou para a carreira são divulgadas neste filme, sendo uma das mais memoráveis os seus planos em primeira pessoa, seguindo o caminho do personagem, além também de outros planos extremamente excelentes e exóticos.

Ainda mais por conta do dinheiro, os atores que participam se mostram um tanto quanto inexperientes em seus papéis, contanto em uma exceção para Consuelo Gómez, interpretando Domino: é um dos principais destaques da película (atrás da direção de Rodriguez), até nos fazendo lembrar um pouco do estereótipo de uma femme fatale.

Após realizar “El Mariachi”, Robert Rodriguez não precisou mais vender carros para realizar seus filmes, já que a sua primeira película da carreira lhe rendeu muitos prêmios importantes (e consequentemente, dinheiro). Três anos após seu sucesso imediato, Rodriguez logo se situou em Hollywood e então refez o primeiro clássico da carreira, porém com muito mais brilhantismo diante das telonas. Contudo, embora haja um alto nível de sucesso comercial nos filmes de Robert Rodriguez, os trabalhos do artista se remetem completamente à El Mariachi. Sendo assim, alguém ainda duvida do fato de que ele seja um amante de primeira dos filmes trashs?!

MINHA NOTA PARA ESTE FILME: 8,0.

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

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