28 de dezembro de 2011

Crítica: A Face Oculta


ONE-EYED JACKS

(A FACE OCULTA)

Direção: Marlon Brando

Roteiro: Guy Trosper e Calder Willingham

Produção: George Glass

Ano: 1961

Elenco: Marlon Brando, Karl Malden, Ben Johnson...

Duração: 141 minutos

Único filme dirigido por Marlon Brando mostra que o conhecido ator também obteria sucesso se continuasse a carreira de diretor.

Análise: A Face Oculta é um western norte-americano e também o único filme dirigido pelo lendário artista Marlon Brando, que também faz o papel de protagonista. A história é baseada na novela The Authentic Death of Hendry Jones, de Charles Neider.

Inicialmente, o filme faria um épico encontro entre dois grandes diretores: o então  conhecido Stanley Kubrick e o iniciante Sam Peckinpah, o qual inclusive ajudou a escrever o roteiro, mas nem teve o nome creditado. Entretanto, Brando, que era dono da produtora do filme, demitiu ambos e acabou tomando conta do projeto. 


A película, por todo seu trajeto onde passou, conta com uma história bastante interessante: tudo se inicia quando um trio de assaltantes acaba de roubar um banco e foge para outra cidade, mas são perseguidos até lá e precisam escapar no meio de um deserto. Após o termino da perseguição, o trio se torna uma dupla e Dad Longworth (Karl Malden) acaba traindo o seu parceiro Rio (Marlon Brando), enganando-o para ficar com todo o ouro obtido no assalto ao banco. 


Após cinco anos, Rio consegue fugir da cadeia e tudo o que ele quer é poder encontrar Dad Longworth e matá-lo, assim vingando. Então, ele entra em um grupo de bandidos que planejam assaltar um banco de Monterrey após saber que Dad é o xerife da cidade. A partir daí se inicia um duelo psicológico entre os dois, com Dad tentando enganar o parceiro novamente, tentando se inocentar do que havia feito e com Rio mentindo sobre o que havia acontecido, somente para conseguir uma vingança ainda mais dolorosa. 


Por fim, Rio acaba namorando a enteada de Dad, Louisa (Pina Pelicer), e depois a despreza atingindo diretamente a Dad, o qual acaba dando uma dura lição em Rio, deixando-o ainda mais motivado em matar o antigo companheiro. Rio tem essa oportunidade no incrível duelo final, em que apenas um pode sair vitorioso.


A versão original do filme foi modificada para se encaixar nos padrões hollywoodianos: a primeira versão tinha duração superior a quatro horas, assim tendo que sacrificar duas horas de projeção; outro fato que teve que ser mudado foi o final, onde Dad Longworth, quase morrendo, iria matar Louisa, que estava perdidamente apaixonada por Rio. No entanto, como tudo tem que ter um final feliz, Brando foi obrigado a mudar o epílogo depois de ter encerrado as gravações, com o novo fim não contando com a morte de Louisa. 

Em quesitos, podemos ver uma ótima direção, a qual contêm alguns pequenos erros, como em poucos casos de erros de continuidade na mudança de uma cena para outra. Também é acompanhada por uma bela trilha sonora de Hugo Friedhofer, muito presente durante toda a história, ajudando a criar o clima de tensão durante o desenrolar da história. Já a linda fotografia de Charles Lang Jr. mostra magníficas paisagens comuns do faroeste, mas também algumas paisagens um tanto incomuns no gênero, como o mar da cidade costeira. Traduzindo, A Face Oculta conta com um ótimo elenco, atuações dignas e uma boa química entre Marlon Brando e Karl Malden, os quais interpretam a dupla principal do filme. 
  
Guy Trosper e Calder Willingham fazem um ótimo roteiro, no qual ainda é possível notar uns respingos do cachaceiro Sam Peckinpah: a relação entre Dad e Rio é parecida com a relação entre Pat Garrett e Billy the Kid em Pat Garrett & Billy the Kid (1973). Em ambos os casos a dupla era de camaradas, mas após algum acontecimento, Dad e Pat viram xerifes e rivais de seus ex-companheiros Rio e Billy, respectivamente. 

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:


ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

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