8 de dezembro de 2011

Crítica: Roy Bean – O Homem da Lei

THE LIFE AND TIMES OF JUDGE ROY BEAN

(ROY BEAN – O HOMEM DA LEI)

Direção: John Huston

Roteiro: John Milius

Produção: John Foreman

Ano: 1972

Elenco: Paul Newman, Ava Gardner, Roy Jenson

Duração: 120 minutos

A incrível aventura de Roy Bean, um homem armado de um mero livro e várias cordas para aplicar a lei em uma nova cidade.

Análise: Roy Bean – O Homem da Lei é um western norte-americano realizado no ano de 1972, sendo de grande reputação por pertencer à vasta filmografia do consagrado diretor John Huston (O Tesouro de Sierra Madre, 1948).

Entretanto, muito longe disto, o filme também é responsável por colecionar traços cômicos e românticos em seu interior, os quais se encaixam perfeitamente no contexto da sublime história de Roy Bean, misturando a ficção e a realidade, já que o juiz sempre existiu, porém muitos fatos foram inventados no filme, para criar certa ligação e dramaticidade entre os acontecimentos.

Nos primeiros minutos de projeção, acompanhamos a trajetória de Roy Bean (interpretado por um Paul Newman em fase de ouro) logo ao chegar a um bar de uma pequena vila, onde não é bem recebido e com sorte não acaba morrendo. Por ter sido testemunha da situação, a moradora da vila chamada Maria Elena (Victoria Principal) ajuda Bean na recuperação e, de quebra, lhe dá uma arma para se proteger. Assim, Bean vai procurar a temida vingança, apenas satisfazendo-a quando matar todos os malfeitores que se encontravam naquele bar. Enfim, após terminar o serviço sujo, Bean cria a cidade de Vinegaroon, transformando aquele bar em que tudo começou como seu local de justiça.

Com a ajuda de alguns companheiros – para ser mais específico, de um livro e várias cordas –, Bean resolve ser o juiz e julgar todos os que desobedecerem às leis. Correspondendo ao tempo, o desenvolvimento imediatamente chega à cidade de Bean, principalmente quando ela é tomada por Frank Gass (Roddy McDowall) que, apesar de desenvolvê-la mais ainda, acaba transformando Vinegaroon em um verdadeiro poço de petróleo. Ao final de tudo, Bean tenta recuperar a cidade em uma batalha cheia de explosões petrolíferas...

Sempre apurada, aqui a direção de John Huston perplexa os espectadores, fazendo com que fiquem boquiabertos de tamanha genialidade; entre seus principais planos, estão as várias tomadas longas e de ótimos detalhes, também se utilizando do elemento narrativo para explicar a história de forma mais límpida, mais clara, para não deixar buracos na complexa aventura de Roy Bean. Também pode ser visto, mesmo que apenas duas vezes, a interação do ator com quem o assiste, justamente quando o intérprete se direciona à câmera e demonstra o seu ponto de vista sobre determinada ocasião.

Dentre o elenco, não resta dúvida de que o papel do Juiz Roy Bean tenha caído como uma luva para Paul Newman, o qual interpreta muito bem o seu personagem; vale destacar a fase pela qual ele passava, em seu auge de carreira, ainda mais depois do estrondoso sucesso causado por Butch Cassidy & Sundance Kid (George Roy Hill, 1969). Assim como Newman, os demais atores também não deixam a desejar.

Por não ser tão presente durante o filme, a percepção de uma boa trilha sonora (composta por Maurice Jarre) não se torna possível; mesmo com isto, possui uma ótima música-tema.

E, apesar de narrar uma história real, Roy Bean – O Homem da Lei também aposta nos falsos detalhes, com dados inventados sobre o personagem que realmente existiu na vida real. Inclusive, a cidade criada por ele mantém-se viva até hoje e é conhecida como Langtry, localizada no Texas; afora tais informações, lá também pode ser encontrado o saloon transformado em tribunal por Bean, sendo idêntico ao visto no filme. Acima de tudo, o que concluímos é que Roy Bean era um grande fã da atriz britânica Lily Langtry, não aceitando o fato de a desrespeitarem.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

Um comentário:

  1. como sempre, ótimo texto.

    este filme me surpreendeu bastante. quanto mais assisto aos filmes de john huston, mas eu o admiro. a parte cômica de Roy Bean talvez seja o grande destaque. que sequência peculiar foi aquela com o urso! e que elenco formidável.

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