3 de dezembro de 2011

Especial: "O Bom, O Mau & O Sujo" recebe seu primeiro prêmio.

Decorreu-se, na cidade interiorana de Rio Claro, a 3ª Edição do Festival Internacional de Cinema Independente Kino-Olho (FIIK), entre os dias 24 e 27 do mês de novembro.

Organizado pelo Grupo de Pesquisa e Prática Cinematográfica Kino-Olho, o evento deste ano pôde contar com três novas novidades, as quais pretendem permanecer para as edições seguintes:

- a primeira delas foi a possibilidade de ter, entre os dias de exibição dos curtas, um projetor de película em 35 mm, cortesia do colecionador Heliano;

- a segunda foi a presença de uma Mostra Especial, homenageando o importante cineasta independente argentino Raúl Perrone através da exibição de três de seus longas-metragens (Labios de Churrasco, Graciadió, 5 pal’ peso);

- a terceira e última novidade foi a criação da Mostra Competitiva, em que os realizadores concorriam ao troféu Chapéu de Palha – intitulado carinhosamente como Oscaipira –, esculpido pelo artista rio-clarense Lacerda, demonstrando muito bem em sua formosura a alcunha denominada Cinema Caipira.

Portanto, o Festival dividiu-se em cinco diferentes categorias (ficção, documentário, experimental, película e Kino-Olho), sendo que todas concorriam ao prêmio. Abaixo seguem as categorias e seus respectivos vencedores:

- Ficção Digital: Nootrópicos (15 minutos), de Bruno Decc;

- Película 35 mm: Ivan (17 minutos), de Fernando Rick;

- Curta Kino-Olho: O Bom, O Mau & O Sujo (12 minutos), de Bruno Barrenha;

- Documentário: A Escola de Bambu (15 minutos), de Vinícius Zanotti;

- Experimental: The Cat (3 minutos), de George Ungar (Canadá).

A projeção em película aguçou a curiosidade dos presentes no Casarão da Cultura: eles puderam acompanhar de perto o funcionamento da máquina cinematográfica, graças ao colecionador Heliano e ao organizador João Paulo.

Entretanto, como o gênero do western é o principal assunto tratado no Analisando o Oeste, além do já conhecido pelos leitores O Bom, O Mau & Sujo, outro filme da mesma temática compareceu entre os mais de 30 trabalhos selecionados para a Mostra Competitiva: estou falando de Duas Vidas para Antonio Espinosa, da dupla de diretores Caio D’Andrea e Rodrigo Fonseca.

Ele esteve ao lado de mais três filmes na mostra “Em Película” e, infelizmente, não levou o simbólico troféu. Mesmo assim, o curta-metragem que homenageia os diferentes e fundamentais nomes do western teve sua crítica exclusiva postada no blog, há uma semana!

*Fotos por João Paulo Miranda Maria.

Portanto, como forma de comemoração à vitória de O Bom, O Mau & O Sujo, seguem dois textos – de autoria de Júlio Pereira e Natalia Barrenha, respectivamente – sobre o curta-metragem. Não postarei nenhuma crítica a respeito dele, já que sou suspeito a escrever a resenha de minha própria obra.

O BOM, O MAU & O SUJO

Direção e Roteiro: Bruno Barrenha

Ano: 2011

Elenco: Camilo Bicudo, Thierry Vasques e Bruno Barrenha

Duração: 11 minutos e 50 segundos

Sinopse: Três pistoleiros. Três distintas estradas para um mesmo acaso. Três sombrias facetas afastadas das Leis no Oeste. Um único desejo: a morte através do fervoroso duelo que mais tarde tocaria o agourento sino no centro de uma pacata vila. No acerto de contas final, entretanto, tudo não passou de “três homens em conflito”.

“Fã assumido e incondicional de Três Homens em Conflito (Sergio Leone, 1966), Bruno Barrenha realiza aqui uma homenagem clara ao melhor western já feito. O grande problema é esse: preocupando-se demais em homenagear, o diretor esquece de dar identidade própria para O Bom, O Mau & O Sujo. É longo e a prévia do duelo é completamente desnecessária, tendo em vista que não desenvolve os personagens e a tensão do duelo final – que é eficiente – não é ampliada, já que de pouco conhecemos sobre os personagens e pouco importa. Mas funciona muito bem como filme-homenagem e um experimento cinematográfico.”

Texto de Júlio Pereira, do Lumi7.

O Bom, O Mau & O Sujo é o curta de Bruno Barrenha com mais ambições. Dando os primeiros passos na sétima arte, essa foi a produção do diretor mais pensada, com direito a dois meses de decantação (não apenas para acertar todos os detalhes, mas pelas insistentes chuvas que assolavam os fins de semana e impediam as filmagens), o que a diferencia dos curtas anteriores do diretor, que se caracterizavam mais por uma urgência e por uma experimentação (a qual não se refere a um cinema experimental, mas ao ato de experimentar, tatear).

Acompanhei parte do processo (à distância, já que vivemos em cidades diferentes) como irmã e entusiasta, e é dessa mesma posição que escrevo esse texto – já que, para mim, não podia ser de outra maneira. O Bom, O Mau & O Sujo se configura, desde seu título, como uma homenagem aos westerns spaghettis, principalmente a Sergio Leone. É O Bom, O Mau e O Feio que passou pela cabeça, pelo coração, pelo estômago e depois pelas mãos do Bruno. É o SEU Três Homens em Conflito, como ele o vê e o sente.

Mais que um exercício de paixão, um exercício da técnica, um caminho interessante para ir encontrando-se com sua própria poética. Os planos não são os mesmos de Leone, mas são; a montagem não é a mesma, mas é; os personagens são meninos no interior paulista, mas inevitavelmente carregam os trejeitos de Clint Eastwood, Lee Van Cleef e Eli Wallach.

Uma reprodução que preza pela observação atenta, que tem segurança respaldada pela sinceridade, e propõe um retorno aprazível aos faroestes à moda antiga que deixamos de ver, mas existem arraigados ao imaginário de qualquer um.”

Texto de Natalia Barrenha, do Duas ou Três Coisas...

VIVA O CINEMA CAIPIRA!

3 comentários:

  1. Parabens pelo premio, mais que merecido...

    A premiação foi aqui na minha cidade e eu perdi xP...

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  2. Obrigado, Wesley!

    E você é de Rio Claro/SP, mesmo? Que legal.

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  3. Parabéns pelo prêmio,e pelo seu trabalho Bruno Sucesso pra vocês ! E que menina linda ali no canto direito.

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