30 de maio de 2012

Crítica | Navajo Joe

NAVAJO JOE

(JOE – O PISTOLEIRO IMPLACÁVEL)

Direção: Sergio Corbucci

Roteiro: Fernando Di Leo e Piero Regnoli

Ano: 1966

Elenco: Burt Reynolds, Aldo Sambrell, Fernando Rey…

Duração: 93 minutos

Vingança de um navajo é acompanhada lado a lado pela espetacular trilha sonora de Ennio Morricone.

Análise: Navajo Joe é um eurowestern realizado pelo excepcional diretor italiano Sergio Corbucci, o qual teve seu nome delineado junto a mais dois xarás de grande importância no contexto em que estão inseridos: o Leone e o Sollima, formando no western spaghetti o trielo de Sergio’s.

Desde sempre inovando dentro do gênero, aqui o “segundo Sergio” é responsável por apresentar – diferente de muitos outros filmes – um índio como protagonista, interpretado pelo norte-americano Burt Reynolds em início de carreira. E, para completar e fechar com chave-de-ouro, não podia faltar mais uma das belíssimas trilhas sonoras de Ennio Morricone, tendo algumas faixas aproveitadas pelo diretor Quentin Tarantino em Kill Bill 2 (2004).

Joe (Reynolds) é o único índio de sua tribo que sobreviveu do massacre feito pelos brancos do bando de Duncan (Aldo Sambrell), tendo este o único objetivo de vender os escalpos dos navajos nas cidades – inclusive mulheres e crianças foram mortas. Então, querendo a aclamada vingança, Joe descobre por meio de três prostitutas e um homem que o alvo da gangue agora é um comboio que “leva dinheiro do governo para o banco de Esperanza” (Mario Lanfranchi). Para finalizar o plano vingativo, o índio tenta fazer com que o dinheiro do banco não caia em mãos erradas, mas vários problemas o atrapalham, como a desconfiança da cidade de Esperanza e o fato de que ela é deveras pacífica e não tem nenhum tipo de arma, além dos confrontos com o bando de Duncan.

Funcionando praticamente como um “homem sem-nome”, o protagonista é bastante interessante, e só não alcança tal status devido ao fato de revelar o seu nome – mesmo que uma única vez durante toda a projeção. Dentre suas outras características, Joe herda muitas semelhanças dos forasteiros americanos nos spaghettis: está em busca de vingança, é silencioso, tem um passado desconhecido e demonstra ser ágil com armas.

Corbucci mantém um ritmo um tanto quanto rápido para contar a história, sobrepondo muitas cenas de ação que, às vezes, saem forçadas e isto não escapa às vistas do espectador. Em momentos de combate, por exemplo, os adversários de Joe agem de maneira estranha, sofrendo com as habilidades impressionantes e fora do normal do mero índio, o qual parece até ser invisível para os seus adversários.

Mais uma vez, a trilha de Morricone dispensa comentários, utilizando-se de seus melhores disparos para criar sons inovadores: as guitarras sibilantes, os assovios chamativos e os gritos indígenas estão lá, e nunca faltarão.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

5 comentários:

  1. Viva compañeros!

    Este não é um dos meus favoritos mas ainda assim gosto. Um dos aspectos interessantes do filme é o facto de ter Aldo Sambrell como personagem forte. Normalmente ele apenas desempenhava o papel de vilão de segunda linha mas aqui teve destaque e safou-se muito bem.

    Thierry, conto contigo para a rubrica do spaghettis da minha vida. Não te esqueças.

    Abraço!

    --
    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://auto-cadaver.posterous.com

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    1. Irei participar da rubrica. Eu não me esqueci, só estou um pouco sem tempo ultimamente. Assim que der eu escrevo e lhe envio a rubrica.

      Abraço.

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  2. "Navajo Joe" é um bom filme mas não é extraordinário. E não há dúvida que Ennio Morricone fez uma partitura musical magnífica para este filme!

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  3. É verdade sobre Sergio Corbucci. Ele escapa daquela safra de diretores europeus com pseudo nomes e que não faziam nada que valesse a pena assistir.

    Nunca fui muito ligado aos filmes Spagueti, mas assisti a todos de Leone e vi também este do Corbucci,. dentre uns poucos mais.

    O Reynolds sempre teve um carisma ligeiramente especial. Era um ator (era porque envelheceu e suas chances agora são mais que remotas) muito procurado pelos diretores e produtores, porque seus filmes sempre iam bam nas bilheteirias. Ele tinha o seu lado de cativar os jovens e isso era sempre bom no sentido arrecadação.

    Navajo Joe é um filme bastante aceitável, com muita ação e um Reynolds ainda no auge de sua popularidade.
    Se pelo menos todos filmes Spagueti fossem assim, possivelmente eu não teria tanta birra com eles e os teria assistido mais.
    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Navajo Joe realmente é um bom filme, embora Corbucci tenha filmes melhores que eu recomendo para você assistir, como "Vamos a matar, compañeros" e "Django".

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