19 de maio de 2012

Crítica | A Vingança de um Pistoleiro

RIDE IN THE WHIRLWIND

(A VINGANÇA DE UM PISTOLEIRO)

Direção: Monte Hellman

Roteiro: Jack Nicholson

Ano: 1965

Elenco: Jack Nicholson, Cameron Mitchell, Millie Perkins

Duração: 82 minutos

Apesar da curta duração, o pouco aprofundamento em detalhes e o lento desenvolvimento da história tornam o filme positivo.

Análise: A Vingança de um Pistoleiro é o título brasileiro resultado da primeira das parcerias, no vasto e complexo interior do western, entre o diretor Monte Hellman e o ator Jack Nicholson, este responsável pela condensada escrita dos roteiros de ambos os filmes feitos com o diretor – o outro é Disparo para Matar (1966). Realizados entre pequenos períodos de tempo, os dois trabalhos da dupla (que ainda contava com a atriz Millie Perkins) tem uma curtíssima duração, a qual não chega nem à média de 90 minutos por trama; entretanto, o desenvolvimento da história não necessita parecer monstruosamente labiríntico: apenas fazer sua pequena e decisiva parte.

Toda a trama é iniciada com a amostra de um bem-sucedido assalto contra uma diligência, feito pela gangue liderada pelo pistoleiro caolho Blind Dick (Harry Dean Stanton).

Logo após, o filme já vai se transferindo para ares mais frescos, ao estampar três caubóis viajando pelo deserto a caminho da cidade de Waco: Wes (Nicholson), Vern (Cameron Mitchell) e Otos (Tom Filer). Perto do anoitecer, eles encontram uma cabana para se alojarem, onde há um esconderijo para os homens de Blind Dick; mesmo assim, o esquisito líder autoriza a estadia dos três pela noite. Mesmo com a desconfiança rondando suas mentes, os amigos resolvem ficar por lá, porém, ao acordarem, eles se veem no meio de uma troca-de-tiros entre os criminosos e um grupo de vigilantes da cidade. Apenas os inocentes Wes e Vern conseguem escapar, deixando Otos para morrer junto aos outros membros da gangue.

Sendo assim, os vigilantes locais partem a busca dos então dois foragidos, acreditando na possibilidade de que eles façam parte da perigosa gangue responsável pela chacina. Uma caçada implacável está prestes a passar pelos seus olhos!

Em uma fase passageira entre o início e o intermédio de carreira, o hoje famoso e aclamado ator Jack Nicholson é responsável pela história um tanto quanto curta, sem aprofundar nem divagar a obra em detalhes superficiais, mas mesmo assim apresentando um bom desenvolvimento dos personagens, dos quais são passadas algumas informações do passado e, acima de tudo, aparentam ser solitários. Tais esclarecimentos são conduzidos durante os ótimos diálogos ao longo do filme, tornando cada minuto mais tenso conforme o fim vai se aproximando, com Wes e Vern sendo encontrados por um profundo golpe do acaso, no rancho do Evans (George Mitchell).

Assim como em seu projeto posterior, o já citado Disparo para Matar, Monte Hellman utiliza-se do deserto de Utah para criar o intenso pano de fundo. Além disto, as semelhanças de ambos não param, havendo o fato de terem sido gravados na mesma época, e a estética ser praticamente a mesma. O diretor, também, não procura esclarecer o lado para qual rumariam seus personagens: quem era do bem, quem era do mal? Os vigilantes não faziam mais que a obrigação, enquanto que os caubóis tentavam fugir do enforcamento sem nunca cometer qualquer tipo de violência. Nem os ladrões são apontados como elementos do mal...

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

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