28 de julho de 2012

Crítica | Winchester '73

WINCHESTER ’73

Direção: Anthony Mann

Roteiro: Borden Chase e Robert L. Richards

Elenco: James Stewart, Shelley Winter, Stephen McNally...

Ano: 1950

Duração: 92 minutos

Análise: Winchester ’73 é um filme norte-americano passado em tempos áureos do velho-oeste, dirigido pelo consagrado diretor Anthony Mann e sendo o primeiro dos outros sete trabalhos vindos diretamente da parceria com seu ator-fetiche, James Stewart. O rifle Winchester 1873, o qual dá título ao filme, é mostrado como a melhor e mais desejada arma do faroeste, o que gera desavenças entre as pessoas, estas que brigam somente por um causador de problemas – prova de que a projeção retrata muitos fatos históricos e verídicos.

Lin McAdam (Stewart) e Frankie Wilson (Millard Mitchell) viajam para Dodge City na tentativa de participarem do concurso de tiro, na comemoração do aniversário da cidade, e vencerem o prêmio: nada mais nada menos que um rifle Winchester 1873. A cidade tem como xerife Wyatt Earp (Will Geer), uma lenda do velho-oeste que, para manter o lugar em paz, proíbe o uso de armas. O fato até que funciona, pois Lin encontra Dutch Henry Brown (Horace Stephen McNally) no saloon, um grande desafeto do passado; e só não ocorre um duelo pelo fato de ambos estarem sem armas.

Logo mais haveria o campeonato, ganho por Lin após uma competição acirrada com seus adversários. Henry rouba o prêmio, e Lin vai atrás para recuperar a Winchester e, além do mais, se vingar do passado numa perseguição com muitos encontros e aventuras, nos quais a potente arma dada como recompensa do torneio será passada entre várias digitais.

(spoilers até o fim do parágrafo)

Ao final, é revelado que Lin McAdam e Henry Brown são irmãos, e que aprenderam a atirar com o pai, morto pelas costas por Henry. Desde então, Lin quer vingança e enfrenta o irmão, cujo verdadeiro nome é Matthew, numa batalha de rifle para conseguir também recuperar a Winchester. E é neste duelo, em um espaço rochoso e com Lin vencendo, que fica claro que quem vence a luta não é a arma, mas sim quem a usa.

O rifle Winchester ‘73 é uma poderosa arma com uma mira mais do que precisa, tanto que no filme recebe o apelido de “um em mil” e, na vida real, é conhecida como “a arma que conquistou o oeste”. Pelas mãos dos roteiristas, ele retratado quase como um personagem, até porque acompanhamos todo o caminho pelo qual a arma percorre, e, geralmente, por onde esta passa, a cobiça em tê-la, por parte dos pistoleiros e até dos índios, aumenta.

Durante o filme ficam explícitos alguns fatores históricos: o lendário Wyatt Earp como xerife de Dodge City e também a Conquista do Oeste, com os índios comprando armas-de-fogo de mestiços, enfrentando qualquer um que passasse pelo seu território e tentando combater a cavalaria americana.

Anthony Mann faz uma ótima mistura envolvendo o preto e o branco, com grandes conexões ao cenário devido ao proveito das paisagens e suas respectivas curvas formosas, sobretudo no arco final, quando um monte rochoso é decisivo por meio de sua “singela participação”, criando esconderijos e muitas possibilidades para Lin e Henry.

MINHA NOTA:

POR THIERRY VASQUES.

5 comentários:

  1. Um dos grandes westerns da história.

    A arma acaba se tornando um dos personagens.

    Abraço

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  2. No ano de 1950, que me pareceu o ano mais prodigioso deste formidável condutor de fitas de faroeste, Anthony Mann, dirigiu ao filme do comentário e também ao muito perfeito Almas em Furia.

    Eximio diretor de atores e mestre no genero faroeste, Mann se pupularizou a mais em fazer com Jymmy um montante de sete fitas, cada uma mais western que outra, tal a grandeza com que compunha os personagens entregues ao excelente ator.

    Em Winchester 73, a primeira experiencia de ambos lado a lado, é narrada a historia da arma do título, que termina por se tornar quase que um personagem a mais do filme, tal a importancia da mesma na narrativa, equipamento por todos desejado e por diversas mãos passada.

    Gosto do momento de Stewart, bastante jovem, intrépido e incansável em busca do premio ganho por sua destreza e qualidade como atirador.
    McNally encontra-se melhor que em outras oportunidades, com Mc Intire exibindo sua sempre excepcional qualidade como o bom ator que foi, enquanto Sheley Winters viria a estar muito melhor no ano seguinte sob a direção de Stevens em Um Lugar ao Sol.

    Num geral um faroeste de linha primeira, como era a constante do diretor Mann, com bastante movimento e cenas com algum ineditismo.
    Um bom espetáculo visual, num P&B com muita qualidade.
    jurandir_lima@bol.com.br

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    1. Jurandir, seus comentários são cada vez mais fantásticos. Apenas acrescentam, dão um temperinho, às análises.

      Obrigado pelas aparições constantes.

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  3. Eu sou fã de James Stewart e estes está entre um dos meus preferidos dele, e entre os Westerns que mais gosto. Sempre que tentam voltar ao tema nos cinemas de hoje parece que falta aquela alma que tinham em filmes como WINCHESTER ’73, que ás vezes nem precisava de um roteiro espetacular, mas tinha aquele clima do velho oeste que hoje não se cria mais, uma pena.

    Acho que é uma boa pedida para a noite de hoje ver algum Western.

    Abraços

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  4. Esperava mais deste filme, tem boa ação mas não foge aos clichés habituais da grande maioria dos filmes "western". Certamente que se fosse Fritz Lang a realizar o filme, este teria outra complexidade e os personagens não seriam meros estereótipos.

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