21 de julho de 2012

Especial | Dia do Amigo

Nós, do ANALISANDO O OESTE, em comemoração ao Dia do Amigo (20/07), realizamos uma lista com alguns dos imemoráveis companheiros que cavalgaram lado-a-lado pelas bandas cinematográficas do Oeste. Aí vão:

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A dramática e emocionante trajetória dos inseparáveis Shane (Alan Ladd) e do garotinho Joey Starrett (Brandon De Wilde) culminou em um extremo sucesso de Os Brutos Também Amam (George Stevens, 1954), gerando alcunhas controversas do tipo: “o melhor faroeste já feito”.

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Apesar da fotografia nada amistosa, a estória narrada através de flashbacks em O Homem que Matou o Facínora (John Ford, 1962), por Ransom Stoddard (James Stewart) relembra os momentos preciosos que teve ao lado do companheiro Tom Doniphon (John Wayne).

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Já confundido com um padre, o Coronel Douglas Mortimer (Lee Van Cleef) foi apresentado ao caçador-de-recompensa – e futuro companheiro de profissão – Monco (Clint Eastwood) da maneira mais improvável e genial possível: a cena dos “chapéus voadores” acaba tornando-se uma das melhores de Por uns Dólares a Mais (Sergio Leone, 1965).

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O monossilábico Django (Franco Nero) atravessa todo o característico território lamacento carregando um caixão. Ironicamente, este é o que acaba ficando de mistério para o filme e, consequentemente, tornando-se o seu melhor amigo em Django (Sergio Corbucci, 1966).

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O espetacular jogo entre gato-e-rato armado mutuamente, ora por Tuco (Eli Wallach) ora por Blondie (Clint Eastwood), em Três Homens em Conflito (Sergio Leone, 1966) é o que faz não só da dupla, mas também deste faroeste indescritível, um dos maiores da arte cinematográfica.

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Paul Newman é Butch Cassidy, enquanto Robert Redford toma conta do papel de Sundance Kid. Resumindo, uma das duplas mais impagáveis da sétima-arte imprime, sem mais nem menos, a história de dois lendários foras-da-lei nos fotogramas de Butch Cassidy & Sundance Kid (George Roy Hill, 1969).

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Pais do faroeste cômico, Bud Spencer e Terence Hill eram inseparáveis e, fisicamente, uma espécie de O Gordo e O Magro. Ambos ganharam espaço na indústria cinematográfica com a criação do personagem Trinity (interpretado por Hill), o qual sempre era acompanhado pelo parceiro Bambino (Spencer). O primeiro filme de uma série deles foi Trinity é o meu Nome (Enzo Barboni, 1970).

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Mr. McCabe (Warren Beatty) e Mrs. Miller (Julie Christie) se dão como marido e mulher, porém não passam de parceiros de negócio no amargo faroeste Quando os Homens São Homens (Robert Altman, 1971).

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Mais uma das lendas do sombrio oeste americano, estes dois antigos companheiros de farra se separaram depois de Pat Garrett (James Coburn) tornar-se agente da lei, impondo uma constante caçada a Billy The Kid (Kris Kristofferson), um dos mais perigosos e famosos bandidos que vieram a calhar – e, por ser tão conhecido, Pat escreveu um livro sobre suas aventuras, seja juntos ou não. Apesar das inúmeras adaptações ao cinema, a mais incontestável é Pat Garrett & Billy The Kid (Sam Peckinpah, 1973), na qual o que não falta é sangue e muita genialidade por parte de seu diretor.

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Ela está no título do filme, o enredo gira a sua volta, é a mais procurada de toda a região, porém tem seu rosto revelado apenas em alguns segundos da projeção. Falo da cabeça de Alfredo García, que demonstra o melhor do companheirismo para com o personagem Bennie (Warren Oates) – este até a lava, ensaboa, espanta os mosquitos; é inevitável, também, que converse com ela. Portanto, Tragam-me a Cabeça de Alfredo García (Sam Peckinpah, 1974) é um grato exemplo de amizade entre a busca pelo dinheiro e o sofrimento na caminhada.

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Com o desejo de voltar às atividades para caçar um grupo que esfaqueou prostitutas da cidade, o já desgastado William Munny (Eastwood) e o parceiro de longa data Ned Logan (Morgan Freeman) tem pela frente a velhice como maior inimigo. Sem delongas, partirão para a glória ou para a derrota na obra-prima Os Imperdoáveis (Clint Eastwood, 1992).

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Desolado pelas três não lineares perdas do amigo Melquíades Estrada (vivido por Julio Cedillo), o rancheiro Peter Perkins (Tommy Lee Jones) parte em busca daquele que seria o responsável por tal fato, encontrando em Mike Norton (Barry Pepper) um culpado. Demonstrando o devido carinho ao companheiro, carrega o defunto para onde vai, fazendo de Três Enterros (Tommy Lee Jones, 2005) um dos melhores westerns modernos.

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A amizade da dupla Everett Hitch (Viggo Mortensen) e Virgil Cole (Ed Harris) é reportada mediante um prelúdio, no qual se diz sobre “manter a paz”, sobretudo ao avistarem a cidade sem lei de Appaloosa. Lá, eles fariam o mesmo, mas, obviamente, confrontando-se com outras questões. Entre elas, estaria a presença do espírito feminino, que divide os companheiros no faroeste Appaloosa – Uma Cidade Sem Lei (Ed Harris, 2008).

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Para a garotinha Mattie Ross (Hailee Steinfeld), o xerife caolho e beberrão Rooster Cogburn (Jeff Bridges) era um homem de “bravura indômita”. Ela queria a ajuda do mesmo para vingar a morte de seu pai. Em Bravura Indômita (Joel e Ethan Coen, 2010), a amizade estabelecida por eles é muito mais que isso, estando comprovado por meio da simbólica cena da cobra, em que Rooster chupa o veneno da mão da menina.

THE END.

4 comentários:

  1. Ótimos exemplos de amizade, além de serem ótimos filmes também.

    Abraço

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  2. São todos excelentes exemplos de grande e boa amizade.
    No entanto podemos observar que a amizade de William Munny, o Eastwood, com o Ned Logan, Freeman, tem algo de muito especial e profundo. Eles são como irmãos que cresceram juntos, passaram pelas dificuldades da vida lado a lado e um conhece e ama o outro como ninguém. Bonita amizade, linda mesmo.

    Não vejo pontuação em por A Cabeça de Alfredo Garcia e Oates como amigos, assim como Pat Garret e Billy Kid.
    São amizades cheias de tetricidades e falsas.

    Outra que podemos citar como uma amizade do peito verdadeira e que isto é provado ao longo de toda a fita, é a relação entre Sundance Kid, o Redford, com o Butch Cassidy, o Newman. Vivem juntos, lutam juntos, correm perigos lado a lado e deixam de viver ao lado do outro. Outra fantastica
    forma de demonstração de uma amizade sincera.

    Já a amizade de Joe Starret por Shane é uma amizade muito diferente de um sentimento nato. O jovem apenas se encanta com aquele homem estranho, calado, solitário, dono daquela vestimenta nunca vista por ele, com aquela arma bela, reluzente e que seu pai nunca teve em casa.
    Isso além do carinho e atenção que o visitante lhe dispensa.
    Tudo se fortifica muito mais, com ele, o estranho, se pondo ao lado de sua familia contra aqueles homens perversos e malencarados que querem expulsar sua familia dali.
    Está então armada a trama para uma simpatia indescritível. E é o que acontece com o pequeno Jo Starret, embriagado com tanta novidade em sua jovem e inocente vida.

    Um conjunto de fatores como estes não pode deixar de fazer flutuar, para o lado bom, uma mente infantil, fazendo com que ele se apegue por demais a toda aquela novidade em sua vida.

    E como o epílogo de tudo é seu heroi dizimando quem tanto atormentava sua familia, aquele homem torna-se alvo do olhar de sua alma, sua ponte para a vida, a necessidade extrema de seguir tendo-o ao seu lado e de sua familia.
    Diferente, portanto, de uma amizade que germinou de longos anos de vivencia e enfrentamentos.

    A amizade de Django com seu caixão não vou considerar uma amizade de fato. Não se é amigo de algo inanimado. Pode-se até gostar do objeto, mas não de ama-lo.

    O sentimento que uniu Cogburn com a jovem Ross foi chegando aos poucos, com o denodo da jovem pela necessidade de capturar o assassino de seu pai e por tudo o que ela passou a ser diante dos olhos do bruto Cogburn.
    Mas isso foi ganhando dimensão aos poucos, culminando com um final muito belo e cheio de ternura.

    De um modo geral foi uma postagem interessante e muito diferente das demais, o que fortalece o blog por inovar e por incutir coisas novas aos seus admiradores, mesmo que dentro do amado genero, afim de movimentar as idéias de nós, seguidores doentis.
    Parabens ao Bruno pelo trabalho e minhas desculpas pelo alongamento do comentário, um hábito meu do qual não consigo me livrar.
    jurandir_lima@bol.com.br

    jurandir_lima@bol.com.br

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  3. Meu caro, uma lista acima de qualquer suspeita.
    Excelentes escolhas. Adorei ver ao menos um Peckinpah por aí e me bateu uma vontade de rever "Shane" =D

    grande abraço!

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  4. Excelente matéria amigo, mas Winnetou e Old Shaterhand podiam muito bem entrar nessa lista!

    Forte abraço!

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