20 de agosto de 2011

Crítica: Árvore dos Enforcados

THE HANGING TREE

(ÁRVORE DOS ENFORCADOS)

Direção: Delmer Daves

Roteiro: Wendell Mayes e Halsted Welles

Produção: Martin Jurow e Richard Sheperd

Ano: 1959

Elenco: Gary Cooper, Maria Schell, Karl Malden…

Duração: 106 minutos

Um dos mais ignorados westerns realizados na história da sétima-arte presenteia os fãs do gênero com um drama rico em história.


Análise: De acordo com a maioria das pessoas que conhecem pelo menos um bocadinho do cinema western, o maior ícone do gênero é o ator norte-americano John Wayne: isto é fato! O que poucos sabem é que ele venceu somente um prêmio da Academia de Cinema em toda sua vida (pela atuação magistral no faroeste Bravura Indômita). Mas, apesar disso, foi ele o responsável por popularizar e divulgar a figura caracterizada do cowboy no cinema. É, então, por tal motivo que ele garante seu imperialismo diante de outros atores do mesmo contexto, como o russo Yul Brynner e os estadunidenses James Stewart, Henry Fonda e Gary Cooper. O último é, inclusive, o protagonista da trama de Árvore dos Enforcados, inexplicavelmente um filme desconhecido nos dias de hoje, sendo dirigido pelo também inexplorado diretor Delmer Daves.

Como de costume nos filmes de faroestes norte-americanos, as histórias são baseadas em livros ou contos de escritores. Em Árvore dos Enforcados isso não apresenta mudança: o longa-metragem é baseado no conto homônimo de Dorothy M. Johnson, a mesma responsável pela criação do clássico que posteriormente viraria um dos mais famosos filmes de John Ford: O Homem que matou o Facínora (1962).

Mergulhando mais profundamente na dramática e emocionante história de Árvore dos Enforcados, a película tem seu estopim no afastado século XIX – mais exatamente no ano de 1873 – com a chegada do misterioso doutor, jogador e pistoleiro Joseph Frail (Cooper) na cidade de Montana, em plena época da Corrida do Ouro. Ele adentra a cidade que faz divisão a um acampamento de mineiros portando um único objetivo: arrumar um emprego. Todavia, acaba cumprindo mais do que isso e, como outra peculiaridade no cinema norte-americano da época, ele demonstra um afeto pela donzela Elizabeth Mahler (Maria Schell), a qual passou por um terrível ataque de bandidos e ficou temporariamente cega; ademais, ele também cria conflitos com o oportunista Frenchy Plante (Karl Malden) e, mesmo que em escala menor, salva a vida de algumas pessoas. Em toda esta história contada resumidamente, o curioso e relevante nome da película vem justamente pela existência destas chamadas “árvores de enforcamento” nos acampamentos de mineiros que, segundo o próprio filme, os impõe mais respeito.

Sem precisar se esforçar devido à sua extensa experiência neste gênero de filmes, Gary Cooper é o principal e um dos mais requeridos atores dentro de todo o elenco ao lado de Karl Malden; isto acaba por tirar um pouco do brilho de terceiros. A trilha sonora de Max Steiner chega a ser interessante e consegue preencher muitos espaços deixados de lado, além de também adicionar ao trabalho uma feição aventureira e não aquela comum aos westerns clássicos, com ritmos marcantes e corridos. Em questões fotográficas, este elemento consegue ser um dos mais enfáticos do projeto e, ainda por cima, seguir os passos dos maiores faroestes do país, os quais eram completamente evidenciados pelas paisagens encantadoras e indispensáveis ao estilo fílmico. Por último, a impressionante direção de Delmer Daves: algo inteiramente à frente de seu tempo, com planos exuberantes e completamente inteligentes; confesso que, por ser um western estadunidense, este aspecto não seria tão presente e marcante como está aqui, mas me enganei. Sem dúvida, é um dos mais venerados detalhes deste filme!

Aproveitando a riquíssima história de Dorothy M. Johnson, é criado um dos mais desconhecidos e subestimados filmes de um dos mais importantes gêneros. Em Árvore dos Enforcados, tudo se comporta perfeitamente para ser criado um propício drama ambientado nas colinas do oeste norte-americano!

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

4 comentários:

  1. Trata-se de um dos mais importantes filmes de faroeste. É um do meus preferidos de sempre, devido a intensa carga humanística dos personagens de Gary Cooper, Maria Schell e Ben Piazza.
    UM OBRA DE ARTE.
    Fernando Antonio de Almeida - Campina Grande - PB _ Brasil

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  2. Concordo plenamente. O único que me desagrada é que hoje poucos lembram desta obra-prima...

    Abraços, Fernando! Bom saber que pessoas tão distante de onde sou acompanham o blog, como você.

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  3. A ÁRVORE DOS ENFORCADOS É UM FILME IMORTAL. ONDE TUDO QUE É ELEVADO NO HOMEM É MOSTRADO, COMO TAMBÉM TODA BAIXEZA
    HUMANA. GARY COOPER, TEM UM DOS SEUS MELHORES DESEMPENHOS. A GRANDE MARIA SCHELL MAGNÍFICA! O NOVATO BEN PIAZZA MOSTRA TODA SUA FORÇA. KARL MALDEN E GEORGE S.SCOTT ESTUPENDOS. VEJO ESSE FILME DUAS VEZES POR ANO, E NOVAS CONCLUSÕES SÃO TIRADAS!
    CARO BRUNO, PERDOE-ME A REPETIÇÃO!
    FERNANDO ANTONIO DE ALMEIDA - CAMPINA GRANDE PB. BRASIL

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    Respostas
    1. Fernando, ao se tratar de "Árvore dos Enforcados", o maior dos exageros pode se encaixar perfeitamente ao filme.

      Obra-prima, sem dúvida!

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