30 de julho de 2011

Crítica: O homem que matou o facínora

THE MAN WHO SHOT LIBERTY VALANCE

(O HOMEM QUE MATOU O FACÍNORA)

Direção: John Ford

Roteiro: James Warner Bellah e Willis Goldbeck

Produção: Willis Goldbeck e John Ford

Ano: 1962

Elenco: James Stewart, John Wayne, Vera Miles…

Duração: 123 minutos

Um dos maiores frutos já colhidos pela parceria entre Wayne e Ford resulta em um western visceral e sem tantas características do maior gênero norte-americano.

Análise: Como um filme ganha o rótulo de clássico? Por possuir um elenco avassalador?! Um diretor de renome?! Roteiro e trilha sonora impecável?! Estes são ótimos argumentos para responder à pergunta, e de maneira alguma estão fora do contexto de O Homem que Matou a Facínora. Quero dizer que, além de juntar todos estes tópicos para a formação de um clássico cinematográfico, um dos maiores filmes da carreira de John Ford ainda conta com “algo a mais”: ele busca levantar questões, ele almeja uma explicação à política do presente e do futuro, ele quer mostrar o romance de uma forma mais cruel e dramática em relação ao fato do “mocinho ficar com a donzela”. A tradução de tudo isto é que Ford não queria fazer do cinema uma arte comercial, onde tudo o que importa é o capital. Todavia, o cinema em seu país ia em direção contrária ao interesse do diretor e isto fez com que Ford não produzisse em condições adequadas, já que os grandes estúdios não se interessavam em realizar mais westerns pelo simples fato do gênero não arrecadar tanto dinheiro como antes.

Baseado na ficção westerniana de Dorothy M. Johnson, a história de O Homem que matou a Facínora é contada em flashbacks e ganha vida nas mãos do “fabulástico” diretor John Ford, comandando a sua enorme trupe de atores talentosos e até consagrados, como é o caso dos protagonistas John Wayne e James Stewart, os quais representam o salvador e o salvado, respectivamente. Para entender melhor, a trama se inicia com a chegada do senador e advogado Ransom Stoddard (Stewart) e de sua mulher Hallie (Vera Miles) à cidade de Shinbone, para comparecer ao enterro do velho amigo Tom Doniphon (Wayne). Após a chegada dos jornalistas que não conhecem o defunto em questão, Stoddard conta a história que estará em pauta durante todo o filme: quando ele viajava em uma diligência para o oeste, a gangue de um dos mais temidos pistoleiros da região – Liberty Valance (Lee Marvin) – intervém na viagem, roubando a caixa de dinheiro e também os passageiros. Sendo um exímio protetor das mulheres e contra a ética de carregar armas em mãos, Stoddard é violentado pela gangue e é então que surge o rude cavaleiro Tom Doniphon, responsável por carregar o corpo do advogado até uma casa na cidade de Shinbone onde é ajudado pela família da jovem analfabeta Hallie. Com a rivalidade criada entre Stoddard e Valance, o advogado só deseja sua vingança da forma mais limpa possível: pela lei. Enquanto isso, Doniphon vai desacreditando no poder de Stoddard para conseguir este feito e se apaixona cada vez mais por Hallie, o que invoca ao filme seus momentos românticos e dramáticos.

A amargurada trilha sonora composta por Cyril Mockridge e orquestrada por Irvin Talbot até consegue preencher alguns espaços, mas se transparece durante quase todo o filme e por vezes não percebemos sua existência. O elenco de atores é composto por grandes nomes da sétima-arte, sendo que muitos já haviam trabalhado com Ford em seu outro clássico (Stagecoach), e também nos dando uma noção do quão primoroso seriam as atuações, a qual casa perfeitamente com a fotografia em preto e branco de William H. Clothier, aumentando a tristeza e melancolia das imagens. Por último, a inexplicável direção de John Ford, talvez em seu melhor trabalho como diretor, apresentando planos longos e uma genialidade de tirar o fôlego.

Considerado por muitos cinéfilos como o maior filme da carreira de John Ford – ao lado de Stagecoach, Rastros de Ódio e Paixão dos fortes –, ele também ajudou o diretor a herdar o posto de “um dos maiores cineastas norte-americanos”, sem contar que teve a honra de ser escolhido como um dos filmes favoritos do italiano Sergio Leone e até mesmo o ajudando a construir um subgênero do faroeste: o famoso western spaghetti. Prova disso é de que em O Homem que Matou a Facínora os ideais do faroeste norte-americano não são postos de forma tão explícita como em outras películas, principalmente em relação à violência, a qual ganha um maior destaque nas mãos do personagem de Lee Marvin. Fora isso, aquele bom e velho clássico norte-americano volta a tomar forma dentro do projeto, acentuado pelo patriotismo na cena da escola, pelo humor e gags concentradas em um único personagem (no xerife, interpretado por Andy Devine), pelo heroísmo do pistoleiro durão e solitário (Doniphon, por John Wayne), pela inteligência e inocência de um simples homem (Stoddard, por James Stewart), e pela beleza da mulher valente e trabalhadora (Hallie, por Vera Miles). Porém, apesar de tudo responsável por esclarecer, o filme só conseguiu uma insignificante indicação ao Oscar e, mesmo assim, não levou o prêmio de “Melhor Figurino”.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

28 de julho de 2011

Pôster: El Condor

Desconhecido no meio cinematográfico, El Condor conta com um elenco e uma produção bastante transparente, apenas aparecendo Lee Van Cleef como o grande nome. E como de costume nos westerns, o ator dá um show de atuação e é o que mais se destaca, no geral. Jim Brown ainda o acompanha em sua jornada e é outro dos destaques. Dirigido por John Guillermin no ano de 1970, o filme apresenta uma série de apresentações violentas e cenas de nudez, o que aumenta sua classificação etária. Para ver a crítica completa de El Condor, feita por Thierry Vasques, clique AQUI.

27 de julho de 2011

Crítica: El Condor

El Condor

Direção: John Guillermin

Roteiro: Larry Cohen e Steven Carabatsos

Produção: Andre de Toth

Ano: 1970

Elenco: Jim Brown, Lee Van Cleef, Patric O’Neal…

Duração: 102 minutos

Um filme regular que tem como destaque a sempre boa atuação de Lee Van Cleef.

Análise: El Condor, de John Guillermin, tem como principais estrelas Jim Brown e Lee Van Cleef. No geral, o filme não é tão bom e destaca-se por ter um conteúdo meio violento, cenas de nudez e pela ótima atuação de Lee Van Cleef - já sem precisar fazer muito esforço pelo seu conhecimento no gênero - no papel de um arrogante mineiro chamado Jaroo.

Luke (Jim Brown) consegue fugir de uma prisão e já fora dela encontra um ambicioso mineiro chamado Jaroo, que estava atrás de ouro. Luke sugere a Jaroo para que vá a El Condor, um forte que estava cheio de ouro, segundo rumores que surgiam. Jaroo, que era um bom amigo dos Apaches, junta um bando de índios para acompanhá-lo na tomada do local. Já no final, Luke e Jaroo têm uma surpresa com relação ao ouro, e o filme acaba com um duelo entre os dois. Isto é, uma grande reviravolta!

Como dito anteriormente, a película não é muito boa: tem uma trilha sonora curta e razoável, a direção de John Guilermin é bastante simples e tem muitos planos de câmera iguais. Lee Van Cleef é o grande destaque: faz um papel de mau (nem tanto quanto Angel Eyes de Três Homens em Conflito).

Mesmo assim, apesar de não ser tão bom, ele não chega a ser péssimo. Tem uma história interessante, porém que poderia ser melhor. E mesmo tendo um papel de coadjuvante, Lee Van Cleef consegue se destacar mais que o protagonista, Jim Brown.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

26 de julho de 2011

Crítica do leitor: Era uma vez no Oeste

ONCE UPON A TIME IN THE WEST

(ERA UMA VEZ NO OESTE)

Direção: Sergio Leone

Roteiro: Sergio Donati, Sergio Leone, Bernardo Bertolucci e Dario Argento

Produção: Bino Cicogna e Fulvio Morsella

Ano: 1968

Elenco: Charles Bronson, Henry Fonda, Jason Robards, Claudia Cardinale…

Duração: 165 minutos

Análise: O filme está infiltrado em quatro pessoas: Gaita (Charles Bronson), Frank (Henry Fonda), Cheyenne (Jason Robards) e Jill (Claudia Cardinale). E tudo começa com três homens – mandados por Frank – esperando um trem e mais alguma coisa. O espectador fica exatos 13 minutos esperando por isso, então pensa: “o que será que estão esperando?”. Quando o trem chega, não há nada a não serem caixas, porém pode se escutar um som de uma gaita. É aí que então aparece o herói da história: o Gaita, o qual acaba matando os três homens, mas leva um tiro. Tal cena pode ser considerada meio chata, até a hora em que o Gaita aparece.

Charles Bronson (1921-2003) era tão bom ator que ele foi o responsável por alegrar o filme, tanto que Sergio Leone disse: “é o ator mais incrível com que já trabalhei”. Foi até chamado para fazer Três Homens em Conflito, mas não quis o papel.

Continuando, você vê uma simples família se preparando para buscar Jill, que havia acabado de se casar com MacFarlane; entretanto, houve-se uma rajada de tiros e o pequeno filho vê sua família ser cruelmente assassinada por uma gangue. É então que aparece Henry Fonda. A pessoa que assiste fica impressionada ao ver Fonda com aqueles olhos azuis iguais ao de um santinho matar a pobre família, apenas por causa de sua terra. Um detalhe é que ele não tem cara de bandido, mas sim de mocinho. Depois você vê Jill, uma mulher linda até demais: peitos grandes e um corpo extremamente bonito. Para em um bar e encontra Cheyenne algemado. É tocada a música considerada por muitos como sinistra (do Gaita), e quando se vê o Cheyenne, ficam pensando que ele é o grande bandidão da história. Ele pega uma garrafa, mas escuta o som daquele instrumento e aparece o Gaita, o homem extremamente habilidoso, com um passado estranho e sombrio, e sem um nome verdadeiro. Mas ele está lá, encarando o Cheyenne enquanto toca a gaita. Cheyenne desafia Gaita, porém ele continua tocando, enquanto outro cara do bar tenta sacar a arma e Cheyenne o olha e diz: “Não, você não sabe tocar”. Por fim, manda o cara atirar em suas algemas para se livrar. O filme continua com Cheyenne e Gaita protegendo o terreno de Jill enquanto ela tenta vender a terra.

As melhores cenas são, em minha opinião, as de Cheyenne no trem e o espetacular duelo entre Gaita e Frank. Nesta cena do duelo você vê que Gaita, além de ser um cara impiedoso, também tem coração. É no duelo que se descobre que Frank havia matado o irmão de Gaita, e por isso ele queria tanto matar o rival. A trilha nesta cena é extremamente bonita.

(SPOILERS A PARTIR DAQUI)

O melhor de tudo é quando Gaita atira em Frank, o que dá vontade de sair do sofá e gritar para o Frank: ATÉ QUE ENFIM!
Gaita então bota seu instrumento na boca do vilão, até que ele morre. Posteriormente, Gaita e Cheyenne vão andando e conversando em seus cavalos, mas Cheyenne confessa que tinha levado um tiro, e toca sua música de despedida; ficamos tristes, porque até que ele era legal. O filme enfim termina com a morte de Cheyenne e com Jill dando água aos trabalhadores que montavam a linha de trem.

(FIM DE SPOILERS)

No início, o filme foi um fracasso de bilheteria, mas depois foi finalmente reconhecido, já que Charles Bronson virou uma estrela do cinema depois de Desejo de Matar. Ele ainda disse que Era uma vez no Oeste foi o melhor filme dele. Até hoje os críticos dizem que não existe filme igual. E o nome está errado: deveria ser “Era uma vez o Oeste”.

ANÁLISE FEITA POR WILTON CAVALCANTI.

25 de julho de 2011

Vídeo: O bom, o mau e o sujo

Como os leitores do blog puderam perceber, não houve nenhuma postagem neste sábado: uma surpresa, já que dificilmente deixamos de realizar nosso forte! A explicação para isso é a de que, infelizmente não tive tempo para assistir, e muito menos para escrever sobre faroeste. Tal tempo foi gasto em um projeto que planejo há mais de dois meses, e que se tornou realidade na última semana: o meu novo curta-metragem, intitulado de "O BOM, O MAU E O SUJO". O nome é claramente uma referência ao clássico spaghetti e meu filme favorito Três Homens em Conflito, do diretor italiano Sergio Leone.


Contando com as atuações de Camilo Bicudo (ex-membro do blog), de Thierry Vasques (atual comentarista) e de Bruno Barrenha (editor e comentarista), o foco da história está no duelo entre os três pistoleiros, dos quais não se conhece nada a não ser suas "características". A direção, o roteiro, a edição, a fotografia e a trilha sonora também ficam por conta de Bruno Barrenha.

E para que eu possa recompensar o sábado "perdido", estarei realizando mais de uma análise ou então disponibilizando links para o download das películas já analisadas pelo blog, a partir da sexta e última parte até agora. Obrigado pela compreensão e aproveitem minha obra-prima até então!

21 de julho de 2011

Pôster: Os abutres têm fome

Dentre as diversas parcerias que uniam o diretor Don Siegel e seu aprendiz, o ator Clint Eastwood, este filme foi apenas o segundo, e um dos mais competentes entre os companheiros. Marcado pela dinâmica que acompanha os personagens principais (um mercenário e uma freira que no fim vira prostituta), a película ainda se mostra um total divertimento para nós e se nutre de forma incrível da trilha sonora de, nada mais nada menos que Ennio Morricone. Mesmo após quatro décadas de seu lançamento, a dupla Eastwood-Siegel nos mostra pra quê veio ao cinema e nos alimenta culturamente de clássicos cinematográficos como este. Para ver a crítica de "Os abutres têm fome", com Clint Eastwood e Shirley MacLaine, clique AQUI.

20 de julho de 2011

Crítica: Os Abutres têm Fome

Two Mules for Sister Sara

(Os Abutres têm Fome)

Direção: Don Siegel

Roteiro: Albert Maltz e Budd Boerricher

Produção: Carrol Case e Martin Rackin

Ano: 1970

Elenco: Shirley MacLaine, Clint Eastwood, Manolo Fábregas…

Duração: 116 minutos

Além de contar com ótimas atuações, o filme ainda possui um enredo cheio de explosões.

Análise: Os abutres têm fome, do diretor americano Don Siegel, tem como atores principais o sempre impressionante Clint Eastwood e a surpreendente Shirley MacLaine. Como destaque, o trabalho tem uma ótima história, destacada pelas diversas explosões.

Um mercenário chamado Hogan (Clint Eastwood) salva Sara (Shirley MacLaine), que estava praticamente nua e prestes a ser estuprada por quatro homens. Após Sara se vestir, Hogan descobre que ela é uma freira e logo o mercenário é obrigado a ajudar a irmã, a qual estava sendo procurada pelo exército francês. Hogan percebe que Sara poderia ajudá-lo com um trato que tinha com os revolucionários mexicanos, e ele ficaria com parte do dinheiro do cofre de uma fortaleza francesa, caso conseguisse destruir a guarnição de tal. Em uma fortaleza localizada na cidade mexicana de Chihuahua, a igreja de Sara ficava ao seu lado e então ela conhecia muito bem o local. Portanto, a freira e o mercenário se juntam em uma incrível aventura, com uma batalha épica de muitas explosões, onde no fim de tudo, Hogan descobre que Sara não é uma freira... e sim uma prostituta!

A película tem uma história um pouco diferente, mostrando as aventuras dos personagens de Clint Eastwood e Shirley MacLaine, ambos atuando muitíssimo bem. Ao terminar o filme, é mostrado que Hogan e Sara terminam juntos e se aventurando por aí, só que agora ricos e Sara sem a roupa de freira. A revelação de que Sara era na verdade uma prostituta foi uma surpresa, mas nem tanto, já que durante o filme constantemente ela era mostrada bebendo e fumando.

Dirigindo com extremo vigor, o diretor Don Siegel nos proporciona um ótimo trabalho, aumentando seu brilho pela também ótima trilha sonora de Ennio Morricone. Entretanto, o ponto forte do filme está na história e nas incríveis atuações de Clint Eastwood e Shirley MacLaine.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

19 de julho de 2011

Notícias: Consagrada série de rádio e tevê irá para as telonas

THE LONE RANGER | Famoso no Brasil pelo nome de Zorro, a consagrada série de rádio e de tevê está sendo finalmente adaptada ao cinema pela Disney.

Por Bruno Barrenha

A dupla de roteiristas de Piratas do Caribe - Ted Elliot e Terry Rossio - se reuniu no ano de 2007 para escrever um novo western de uma história já conhecida. Passados quatro anos da tal reunião, apenas hoje o projeto do guerreiro mascarado começa a ganhar forma: um novo roteirista foi contratado (Justin Haythe), entretanto não se sabe se ele apenas retocaria a história iniciada pela dupla ou se criaria um novo script. A única notícia concreta é a de que o filme será lançada no ano de 2012...

Primeira imagem disponível de Lone Ranger.

Antes da adaptação para a sétima-arte, o conhecimento do Cavaleiro Solitário apenas se dava por meio dos rádios e da antiga televisão. A série estreou em 1930 nos rádios e, em 1949, ganhou um espaço na rede ABC, contando com a participação de Clayton Moore (como Zorro) e de Jay Silverheels (como Tonto). Foi um dos seriados mais conhecidos de sua época, mas infelizmente, foi cancelado no ano de 1957 com um total de 221 episódios de aproximadamente 30 minutos cada. Depois deste cancelamento, o herói mascarado apenas voltou a se aventurar em 1981 (com A Lenda do Cavaleiro Solitário, dirigido por William A. Fraker) e em 2005 (com A Lenda do Zorro, estrelando Antonio Banderas).

Agora, mais uma nova aventura contando com a participação do Cavaleiro Solitário está para começar; talvez uma das que mais prometem, principalmente pelo seu elenco de brilho (Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Armie Hammer, Ruth Wilson, etc). Fora isto, ainda conta com a direção de Gore Verbinski (Rango e Piratas do Caribe) e com a produção de Jerry Bruckheimer. A história seguirá o homem-da-lei John Reid (Armie Hammer) que, deixado para morrer com outros cinco amigos rancheiros, ele é curado pelo índio Tonto (Johnny Depp) e passa a utilizar a máscara que definirá seu personagem, justamente para ir em busca dos homens que mataram seu amigos.

Uma curiosidade: fora o roteirista Justin Haythe, todos os membros da equipe trabalharam com Depp na trilogia de Piratas do Caribe.

Por ser uma adaptação de uma consagrada série, Lone Ranger estaria dando mais um motivo para esclarecer a falta de criatividade dos estúdios hollywoodianos, já que hoje em dia muitos deles vivem de adaptações consagradas e sequências cinematográficas?! Esperamos mais notícias...


Via Omelete.

18 de julho de 2011

Notícias: mais um vilão para Tarantino

DJANGO UNCHAINED | Possuidor de fama mundial e até vencedor do Oscar, mais um consagrado ator entra para o time dos vilões no novo filme de Quentin Tarantino.

Por Bruno Barrenha

Lembram-se de que Leonardo DiCaprio interpretaria o vilão do novo faroeste sulista do aclamado diretor norte-americano Quentin Tarantino? Pois bem, o astro famoso por interpretar Jack Dawson em Titanic (1997) ganhou um braço direito e nos deixou boquiabertos pelo seu novo companheiro de elenco: Kevin Costner, o qual foi vencedor do Oscar pela "Melhor Direção" em 1991, por seu trabalho no faroeste de Dança com Lobos. Fora isso, ainda participou de inúmeros filmes que alcançaram certa fama dentro do mundo cinematográfico, como Os Intocáveis (1987), Silverado (1985), Robin Hood (1991), entre outros sucessos.

Além de ser o braço direito de DiCaprio, Costner ainda estará ao lado de Samuel L. Jackson e fechará assim a lista dos vilões de Django Unchained.

A história, que se passará no sul dos Estados Unidos, vai se focar na luta do escravo liberto Django (Jamie Foxx) que, sob o olhar de um caçador-de-recompensa alemão (Christoph Waltz), torna-se um perigoso pistoleiro em busca de livrar sua esposa das mãos do fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), responsável por negociar escravas como objetos sexuais e organizar os mandingos, ou seja, a luta de escravos. Por aí ainda entrarão Samuel L. Jackson, como um manipulador de escravos e Kevin Costner, como Ace Woody, o treinador dos mandingos.

As filmagens acontecerão no fim do ano, no sul dos Estados Unidos (justamente onde se passa o filme), possivelmente na Louisiana. A distribuição da película no país norte-americano estará por conta da Weinstein Company e, no resto do mundo, pela Sony Pictures. A estreia será no finalzinho de 2012.

17 de julho de 2011

Pôster: Matar ou morrer

Um dos maiores westerns já realizados na história do gênero, Matar ou Morrer foi essencial para uma revolução na sétima-arte e, principalmente, nos filmes de bang-bang da época, comprovando uma teoria de que faroeste bom não precisa se esbaldar de tiros do começo ao fim. Dirigido por Fred Zinnemann e contando com atuações primorosas de Kelly Jurado, Grace Kelly e Gary Cooper, o trabalho rendeu quatro Oscares: de Melhor Ator (para Cooper), Melhor trilha sonora (Dimitri Tionkim), Melhor canção original (Do Not Forsake Me, Oh My Darlin') e melhor Edição (Elmo Williams e Harry W. Gerstad). Fora isso, inspirou muitas outras gerações, e destaca-se por ter influenciado Sergio Leone na sequência inicial de Era uma vez no Oeste (1968), em que os pistoleiros esperam o trem. Para conferir a análise desta obra-prima, é rápido: apenas clique AQUI.

16 de julho de 2011

Crítica: Matar ou Morrer

HIGH NOON

(MATAR OU MORRER)

Direção: Fred Zinnemann

Roteiro: Carl Foreman

Produção: Stanley Kramer e Carl Foreman

Ano: 1952

Elenco: Gary Cooper, Grace Kelly, Katy Jurado…

Duração: 85 minutos

... E as qualidades técnicas de High Noon provaram: filme de faroeste bom não precisa se esbaldar de tiros do início ao fim!

Análise: Em meio aos notórios pares perfeitos que hoje existem, com certeza o faroeste e a arma estariam ligados de uma forma ou outra. Por isso, deixo uma questão no ar: o que seria de um faroeste sem tiros? É uma boa e duvidosa pergunta, mas que pode ser respondida facilmente em imagens, sendo que estas possuem exatos 85 minutos. Simplificando, a melhor resposta sempre estará em Matar ou Morrer, clássico do western norte-americano “culpado” pela completa revolução do gênero, marcando um ponto de transição entre antes e depois de seu lançamento – no ano de 1952. Portanto, deixo a dica: continue lendo a crítica para saber mais sobre esta relação!

Will Kane (Gary Cooper, em atuação primorosa) é o xerife da cidade de Hadleyville e está prestes a ser substituído no cargo por conta de seu casório com a encantadora Amy (Grace Kelly). Já se despedindo dos amigos e partindo com a esposa para a lua-de-mel, passam pelo povoado três pistoleiros (Lee Van Cleef, Lon Chaney e Henry Morgan) que se dirigem diretamente à estação-de-trem, com a finalidade de esperar Frank Miller (Ian MacDonald), bandido que chegaria no comboio do meio-dia e que se vingaria de Kane, por ter sido este o responsável de te mandar para a cadeia. Sabendo da vinda do assassino e da presença dos pistoleiros, Kane não se segura e volta urgentemente para a cidade, acreditando na possibilidade de recrutar alguns cidadãos e, unidos, combater Miller e sua gangue. Até neste ponto, o relógio – principal gerador da tensão – marca 10h40min, fazendo lhe restar pouco mais de 1h para o combate. Entre idas e vindas de Kane, os espectadores já se cansam de ver a batalha do xerife contra a cidade que ele mesmo fez crescer, distanciando o que seria o prato principal (o duelo contra os pistoleiros) para oferecer importância ao conflito que trava com aquilo que seria o mais fácil de conquistar: a união de seu povo. Por tais motivos, acrescentam-se vários tons de drama e por incrível que pareça, até de suspense... Considerando ser uma película de faroeste, isto pode até soar como brincadeira!

Acentuados mais ainda de acordo com a melancólica trilha sonora de Dimitri Tiomkin, os tons de drama e de suspense às vezes se revelam como verdadeiros momentos de romance, principalmente pela canção vencedora do Oscar: Do Not Forsake Me, Oh My Darlin'. E além desta constante mudança da sonoridade, a trilha ainda passa a ser irresistível e nos envolver a todo o momento, sobretudo no final, onde roemos as unhas e nos prendemos na cadeira de tanta tensão. Justamente pelo trabalho, Dimitri Tiomkin venceu o Oscar de “Melhor Trilha Sonora”. Além deste aspecto, outro dos que mais chamam a atenção são as perfeitas atuações, principalmente de Gary Cooper – ganhador de seu segundo Oscar pelo trabalho – e de Katy Jurado com um sotaque pra lá de espanhol. E mais superior do que a sinuosa trilha sonora e as atuações, há um dos elementos mais imperceptíveis dentro da sétima-arte: a montagem, ainda mais em um projeto onde um dos fundamentos principais é o tempo, interpretado por um relógio. Por último, a direção de Fred Zinnemann ocasiona ótimas situações de genialidade, principalmente na cena em que Gary Cooper se mostra sozinho no meio da rua, enquanto o resto não se varia do comum e simples “arroz e feijão”.

Concluindo, além de ser uma enorme compilação de cenas épicas, High Noon ainda teve o prazer de ser o responsável por marcar uma nova faixa de transição entre os diferentes períodos do western, até incluindo o seu nome como um dos maiores da história por ultrapassar até alguns suspenses que não causam tanta tensão como este causou, sendo que só foram utilizados tiros no frisante e rigoroso duelo final entre o xerife Kane e a gangue de Miller. E por último, gostaria de deixar uma incrível curiosidade: a cena em que os três pistoleiros esperam à chegada do trem em High Noon inspirou o spaghetti Sergio Leone na criação da sequência inicial de Era uma vez no Oeste (1968).

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

14 de julho de 2011

Pôster: A morte anda a cavalo

Responsável por ser um dos grandes objetos inspiradores de Quentin Tarantino para um de seus maiores sucessos da carreira (Kill Bill, 2004), o faroeste italiano do diretor Giulio Petroni conta com a atuação precisa e necessária de Lee Van Cleef (interpretando Ryan) e de John Philipp Law (Bill), os quais se tornam amigos em uma jornada de vingança, para encontrar os assassinos da família de Bill. Já no final, uma surpresa é revelada: Ryan estava no massacre da família. Para saber de tudo isto e muito mais, confira a análise de Thierry Vasques clicando AQUI.

13 de julho de 2011

Crítica: A Morte Anda a Cavalo

Death Rides a Horse

(A Morte Anda a Cavalo)

Direção: Giulio Petroni

Roteiro: Luciano Vincenzoni

Produção: Henryk Chrosicki

Ano: 1967

Elenco: Lee Van Cleef, John Philip Law, Carlo Piscane...

Duração: 120 minutos

História bastante normal e com certa influência para Kill Bill são duas das principais características deste western spaghetti.

Análise: A morte anda a cavalo, do diretor Giulio Petroni, é um western spaghetti que possui um enredo bastante comum para o gênero: uma história sobre vingança. Tem como principal estrela o eterno Mau, de Três Homens em Conflito: Lee Van Cleef; ao seu lado também marca presença John Philip Law.

Quando criança, Bill (John Philip Law) viu sua família ser assassinada e após 15 anos ainda lembra de todos os detalhes para ir buscar a famosa vingança. No começo da jornada, Bill encontra Ryan (Lee Van Cleef), que acabara de ser solto da prisão, e ambos têm inimigos em comum, assim cruzando um no caminho do outro. Após matar dois dos quatros assassinos, Bill descobre que Ryan fazia parte do bando que matou sua família, porém Ryan havia chegado atrasado naquele exato dia e não queria participar do ataque; quando a casa estava em chamas, foi Ryan o responsável por tirar Bill do local. Com tal ajuda de Ryan, a dupla passa a proteger uma cidade e, consequentemente, matam os outros dois inimigos restantes. Sem coragem de atirar em Ryan, Bill acaba utilizando sua última bala em um bandido que estava em cima do telhado e, por incrível que pareça, ele estava prestes a matar Ryan!

Como dito no início, a película marcou certa influência em alguns filmes de hoje em dia, como por exemplo Kill Bill, de Quentin Tarantino. No entanto, em A morte anda a cavalo, sempre que Bill encontrava um bandido que havia matado sua família, eram mostradas algumas imagens do bandido em vermelho, sobrepostas no rosto de Bill; Quentin Tarantino também usou a mesma técnica com sua personagem de A Noiva, justamente quando via um de seus ex-parceiros do Esquadrão Assassino de Víboras Mortais. Portanto, o tema principal de A morte anda a cavalo está presente em Kill Bill, justificando mais uma referência de Quentin Tarantino pelo cinema western.

Traduzindo: o filme conta com a trilha sonora de Ennio Morricone, ou seja, uma trilha mais do que maravilhosa. No geral, embora tenha uma história bem comum e clichê, é ótima e com a ótima direção de Giulio Petroni tudo fica melhor. Os atores não são o ponto forte, sem uma grande atuação destes, com exceção de Lee Van Cleef e John Philip Law.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

10 de julho de 2011

Pôster: No tempo das diligências

Vencedor de dois prêmios da Academia (o famoso Oscar), o western de John Ford nos marcou como sendo um dos maiores clássicos do gênero e ainda sobreviver em nossas mentes de cinéfilos. Fora isto, ainda foi responsável por expandir as fronteiras do faroeste, ajudando em sua divulgação e o transformando em algo peculiarmente dos Estados Unidos - como definiu o renomado crítico francês André Bazin. Indo mais além, a película trouxe ao gênero dois destaques, os quais ficariam marcado na história da sétima-arte: o cenário de Monument Valley e o ator John Wayne, ambos aparecendo pela primeira vez nos filmes de bang-bang. Ao misturar cenas de humor, de ação e do famoso patriotismo da nação norte-americana, a essência de "Stagecoach" é mostrada a partir de uma simples diligência, responsável por unir um dos sete principais personagens do velho-oeste. Para acompanhar a crítica completa desta obra-prima, feita por Bruno Barrenha, basta clicar AQUI.

9 de julho de 2011

Crítica: No tempo das diligências

STAGECOACH

(NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS)

Direção: John Ford

Roteiro: Dudley Nichols e Ben Hecht

Produção: Walter Wanger

Ano: 1939

Elenco: John Wayne, Claire Trevor, Thomas Mitchell...

Duração: 96 minutos

Como em todo western norte-americano, o que não falta é o patriotismo exagerado e uma boa dose de genialidade nesta obra-prima.

Análise: O que esperar de um trabalho com a marca da direção de John Ford e da atuação de John Wayne? Uma obra-prima cinematográfica, certamente. No entanto, como de costume nos antigos faroestes norte-americanos, o que mais se presencia é o patriotismo mostrado pelas câmeras ainda em preto e branco. Mesmo assim, a genialidade de Ford nos prende a atenção durante todo o filme, tirando de nossas faces diferentes expressões: seja de gargalhadas pelas inúmeras cenas de humor, seja de perplexidade com a maravilhosa paisagem do Monument Valley (território mais do que característico na filmografia do diretor), ou também seja de espanto pelas magníficas cenas de tiroteio que marcam um destes maiores clássicos do cinema western.

Como já é de se esperar em um trabalho do gênero faroeste, a fotografia pode até roubar a cena, principalmente quando se toca no nome de John Ford, o qual se seduziu incondicionalmente pelas paisagens de Monument Valley, uma região desértica e montanhosa dos Estados Unidos que faz fronteira entre Utah e Arizona; devido à extensa utilização da região pelo diretor em seus filmes, uma montanha até ganhou o nome de John Ford’s Point, como forma de homenagem a um dos maiores cineastas do mundo. Além deste importante quesito, o filme ainda é marcado pela gloriosa estreia de John Wayne nos figurinos de cowboy e também pela grande atuação de todos os integrantes do elenco, destacando-se entre eles o ator Thomas Mitchell, que venceu o Oscar pela interpretação do Doutor Boone. Aproveitando a passagem pelo assunto Oscar, a película ainda venceu o prêmio de “Melhor trilha sonora”, composta por Gerard Carbonara. Preciso dizer mais alguma coisa a respeito da qualidade técnica? Acho que não.

A essência apresentada por John Ford em Stagecoach com certeza está na força de união exercida por uma básica diligência (ou carroça, para os mais íntimos). Mas por que digo isso? Simplesmente porque, graças ao diretor de descendência irlandesa, os maiores símbolos do velho-oeste são apresentados em pequenas sequências durante o decorrer da película, conseguindo assim reuni-los dentro de uma mera diligência: o cocheiro viajador (Andy Devine), o xerife inabalável (George Bancroft), as prostitutas (Louise Platt e Claire Trevor), o jogador de cartas (John Carradine), o doutor bêbado (Thomas Mitchell), o exportador de bebidas (Donald Meek) e o pistoleiro galante e da justiça (John Wayne). Ah, sem contar também com a presença do exército norte-americano e dos índios Apache (o maior problema durante o caminho da diligência). E então, alguém conseguiria unir todos estes ícones da cultura western dentro de uma carroça? Pois é, John Ford o fez com extremo êxito!

A magnífica cena da batalha entre os Apaches e a diligência lotada de personagens do velho-oeste. Este é um grandioso exemplo da famosa frase de que "as balas se multiplicam no revólver do mocinho". Confira no vídeo!

E já passando para a conclusão – mais especificamente para os créditos finais – vemos rolar um determinado nome, um tal de John Wayne: naquela época interpretava seu primeiro papel de expressão dentro do cinema e, mais importante do que isso, em um faroeste! Talvez ele nem soubesse qual era o verdadeiro significado de tal gênero e nem que um dia ele estaria o agradecendo por ter sido idolatrado e consagrado cinematograficamente, assim como nós também o agradecemos por permanecer em nosso eterno western e ajudar em sua divulgação como um dos maiores da sétima-arte. E é por tudo isso – e muito mais, claro – que Stagecoach será um clássico, uma obra-prima e um filme épico por todas as gerações!

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.

7 de julho de 2011

Pôster: Companheiros

"O destino os uniu, a ganância os fez inseparáveis e a violência os fez... companheiros!"

Como já está estampado no pôster ao lado, tal frase mostra o efeito com que a premissa da película irá lidar: dois amigos são mandados para realizar uma missão em plena Revolução Mexicana, entretanto os jogos de gato e rato se iniciam entre os supostos "companheiros" até um grande revira-volta da história.

Apesar de ser um dos mais desconhecidos westerns spaghettis, o trabalho é um dos melhores do diretor e roteirista Sergio Corbucci, consagrando ainda mais um dos expoentes do conhecido gênero italiano no início dos anos 60 e 70.

Para saber um pouco mais dessa obra-prima dentro do cinema italiano e do bang-bang, veja a crítica feita por Thierry Vasques clicando AQUI.

6 de julho de 2011

Crítica: Companheiros

Vamos a Matar, Compañeros

(Companheiros)

Direção: Sergio Corbucci

Roteiro: Sergio Corbucci

Produção: Antonio Morelli

Ano: 1970

Elenco: Franco Nero, Tomas Milian, Jack Palance...

Duração: 118 minutos

Mais um excelente filme de Sergio Corbucci, com uma ótima história.

Análise: Companheiros é um famoso western sapaghetti de Sergio Corbucci e conta com grandes atores do gênero: Franco Nero, Tomas Milian e Jack Palance. Ele começa de uma maneira diferente, com umas das cenas finais em que El Vasco (Tomas Milian) e Yodlaf Peterson (Franco Nero) estão prestes a duelar. Logo depois começa uma narrativa de Peterson e iniciam-se as aventuras que a dupla passaram.

A película passa durante a revolução mexicana, quando El Vasco mata o presidente Porfírio Diaz e é nomeado pelo General Mongo (José Bódalo) - líder de uma gangue revolucionária - como tenente e comandante das tropas que invadiriam a cidade de San Bernardino. Na cidade, havia um cofre e apenas o Professor Xantos (Fernando Rey) - um contra-revolucionário e rival de Mongo - sabia a combinação e tal personagem estava preso em Yuma. Por isso, El Vasco e o sueco Yodlaf Peterson são mandados por Mongo para resgatar Xantos, mas El Vasco e Peterson não se dão muito bem, sendo que o sueco tenta deixar El Vasco para trás várias vezes, e ainda tem que enfrentar o grupo de John (Jack Palance), que está a procura de se vingar de Peterson. Após enfrentar muitos problemas e estar com Xantos em mãos, a história sofre uma revira-volta e termina com um duelo entre El Vasco e Peterson; entretanto, tal duelo não tem nenhum vencedor.

A película conta com a ótima trilha sonora de Ennio Morricone, mas poderia estar mais presente durante o trabalho. Sergio Corbucci faz uma direção razoável, porém com uma incrível história, de muitos tiros e com os dois protagonistas, El Vasco e Yodlaf Peterson, fugindo de várias maneiras e por mais que um queria se livrar do outro, eles não conseguem e muitas vezes dependiam um do outro.

Companheiros é uma das obras-primas de Sergio Corbucci e um dos melhores westerns spaghettis. Suas boas atuações (principalmente de Franco Nero, Tomas Milian e Fernando Rey) dão um toque mais saboroso para que os espectadores aproveitem.

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR THIERRY VASQUES.

3 de julho de 2011

Pôster: O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro

Antonio das Mortes (nome internacional) ou O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (nome oficial) é um clássico filme brasileiro de 1969, dirigido por Glauber Rocha e estrelando nos papéis principais: Maurício do Valle, Othon Bastos e Odete Lara. Nele, o cangaço brasileiro é retratado da melhor maneira possível, com claras referências do cinema western; além disso, a grande nuvem que ronda nossa cultura e história é um dos principais elementos do filme. Pela direção magnífica de Glauber Rocha - um dos nossos maiores e mais consagrados cineastas -, garantimos um prêmio no festival de Cannes, fazendo com que ele se unisse com nada mais nada menos do que Martin Scorsese, Michael Haneke, David Lynch, Gus Van Sant, Joel Coen e muitos outros astros da sétima-arte. Curioso para ver a crítica desta obra-prima brasileira e internacional? Clique AQUI.

2 de julho de 2011

Crítica: O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro

O DRAGÃO DA MALDADE CONTRA O SANTO GUERREIRO

(ANTONIO DAS MORTES)

Direção: Glauber Rocha

Roteiro: Glauber Rocha

Produção: Claude Antoine e Glauber Rocha

Ano: 1969

Elenco: Maurício do Valle, Odete Lara, Othon Bastos...

Duração: 100 minutos

Realmente alguém ainda tem dúvida sobre a participação do Brasil dentro do cinema western? Então, tire suas conclusões...

Análise: Antes de iniciarmos, espera aí... Um faroeste no Brasil? Não exatamente. A explicação para esta resposta não é muito difícil, porém é perigosa: se possuímos esta maravilhosa riqueza cultural e histórica, qual o motivo de fazermos um filme em proporções estrangeiras? Talvez tenha sido por esta e muitas outras que Glauber Rocha – um dos maiores cineastas brasileiros, senão o maior – apresenta ao planeta cinematográfico um pouco de nosso valor, um pouco de nossa nuvem de cultura e história, dando vida aos cangaceiros consagrados (como Lampião) e assim misturando contos verídicos e fictícios, mas sempre com aquela massa de referências vindas do western.

Para que uma película ganhe forma, é necessária a criação de um personagem principal, porém em O Dragão da Maldade tal personagem já havia sido criado: Antônio das Mortes (Maurício do Valle) foi inicialmente concebido para estrelar Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964); no entanto, seu modus-operandi como "matador-de-cangaceiro" aumentava cada vez mais, possibilitando sua entrada para ser a estrela em O Dragão da Maldade, ao lado de Othon Bastos e Odete Lara. Ele próprio já é um exemplo da referência que o western trouxe ao filme de Glauber: possuidor de um passado carregado por sangue de cangaceiros, Antônio das Mortes foi responsável pelo assassinato do lendário Lampião; sendo uma espécie de caçador-de-recompensa e perigoso até o último suspiro, ele recebe uma proposta de Mattos (Hugo Carvana) para dar cabo a um bando de cangaceiros que atuam na região de Jardim das Piranhas e é liderado por um dos remanescentes de Lampião, o jovem apelidado de Coirana (Lorival Pariz). Indignado por ainda existir tais bandos no mundo mesmo após a morte de Lampião, Antônio não aceita dinheiro em troco e parte para a surpreendente aventura contra o cangaço.

Em relação aos aspectos de atuação, nenhum ator deixou a desejar, sempre mostrando uma boa relação com as câmeras e realmente encarnando seu papel. A trilha sonora de Marlos Nobre é tortuosa, com a maioria das músicas cantadas, porém o resto com instrumentos difíceis de identificar, causando uma extrema nostalgia (principalmente na cena da morte do bando de Coirana). A fotografia de Affonso Beato é belíssima, dando grande e justificada importância às cores, já que foi o primeiro projeto de Glauber Rocha feito totalmente em colorido. E a direção de Glauber Rocha nem é preciso comentar: extremamente habilidosa, impondo à tela planos de longa duração e totalmente admiráveis, com pouquíssimos cortes e a câmera praticamente estática; assim ele chegava a criar um estilo próprio e, acima de tudo, uma maneira de provocar seu ator a dar o máximo de si para a cena em questão. Por este trabalho, Glauber conseguiu um prêmio no Festival de Cannes como “Melhor Diretor”.

Glauber Rocha recebendo a Palma de Ouro do Festival de Cannes pela sua direção em “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”.

O único erro do trabalho foi a pequena oscilação existente entre os grandes momentos de elevação e inspiração e os de enjoo. Já o ponto alto e mais marcante talvez venha das cantigas executadas pelo bando de Coirana, que une desde cangaceiros até mulheres de todas as idades; em tais canções, falava-se de Cosme e Damião, ícones de algumas religiões afro-brasileiras, acrescentando mais pontos a serem comentados.

Por tudo isto falado durante a análise, nosso conterrâneo e mestre do cinema nacional, Glauber Rocha realiza um faroeste tipicamente brasileiro, caracterizado pela substituição dos homens de barba malfeita do western spaghetti e dos mocinhos bem arrumados do norte-americano, pelos cangaceiros e jagunços do sertão de nosso Brasil. Além disso, a obra de Glauber não pode ser vista simplesmente por suas imagens, mas também pelo contexto que é colocado atrás de tudo, possuindo assim diversos significados, como o nosso simbolismo cultural, referências a ícones do país, mistura de histórias verídicas e fictícias, política e etc...

MINHA NOTA PARA ESTE FILME:

ANÁLISE FEITA POR BRUNO BARRENHA.